A manhã desta quarta (31) foi marcada por inúmeros comentários nas redes sociais sobre as lembranças do regime militar, hashtags como #Viva31deMarço, #Dia31 e #Ditaduranuncamais alcançaram os trending topics do Twitter. O dia é marcado pela lembrança aos 57 anos do regime militar no Brasil, desde que o Congresso Nacional depôs o então presidente João Goulart e uma junta militar assumiu o poder, dando início ao período ditatorial que perdurou por 20 anos no país.
A época marcada por uma diretriz nacionalista, movimentos de repressão e mortes em oposição ao comunismo, gera até hoje uma grande discussão política, principalmente no atual governo.
Em seu primeiro dia como ministro da Defesa, o general do exército brasileiro Braga Netto publicou no site do Ministério a ordem alusiva à data, na qual afirma que os acontecimentos de 31 de março de 1964 “devem ser compreendidos e celebrados”. O novo ministro argumenta que a data deve ser vista no contexto político da época, diante da instabilidade da Guerra Fria: “Havia ameaça real à paz e à democracia”, escreveu.
No dia 17 de Março, o TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região) decidiu que o Exército poderia realizar comemorações alusivas ao golpe militar de 1964, apoiadores da ideia como o presidente Jair Bolsonaro comemoraram o feito. A AGU (Advocacia-Geral da União) também defendeu o direito do governo Bolsonaro celebrar a data. O recurso da União destaca que a demanda tenta negar a “discussão sobre qualquer perspectiva da história do Brasil“, o que seria contraditório para uma democracia.
Em 2019 a juíza federal Ivani Silva da Luz já havia determinado que a União “se abstenha” de fazer comemorações ao Golpe Militar de 31 de março de 1964. A decisão ainda determinava uma multa no caso de descumprimento da ordem.
Nas redes sociais apoiadores mostraram seu posicionamento com a hashtag #Viva31deMarço, já a maioria se mostrou contra os atos por parte do governo, levantando posts com #foigolpe e #Ditaduranuncamais.
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha em 2019 aponta que para a maioria (57%) dos brasileiros, a data que marca o início da ditadura militar no Brasil deveria ser desprezada, e 36% se alinham ao presidente Jair Bolsonaro e sinalizam o contrário, que a data deveria ser comemorada. Há ainda um grupo de 7% que preferiu não opinar sobre o tema.