O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, disse que recomendou às Forças Armadas que “evitem” comprar bebidas alcoólicas com dinheiro público. Ele deu a declaração em audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. O ministro foi questionado pelos deputados Elias Vaz (PSB) e Kim Kataguiri (DEM) sobre a aquisição de 80 mil cervejas, além de conhaque e uísque 12 anos pelos militares.
Braga Netto, que assumiu o ministério no final de março, foi questionado sobre o assunto:
“Em relação à bebida e ao que foi dito, nós já fizemos uma recomendação para que isso seja evitado. Já foi evitado isso aí. Não vou comentar situações que ocorreram no passado. Agora, tem confraternizações. O pessoal vai para uma atividade estressante. Quando eles voltavam, era feita uma confraternização. Isso é feito hoje em dia, mas é feito com a contribuição de cada um”.
Em fevereiro, deputados federais do PSB protocolaram uma representação na PGR (Procuradoria Geral da República) na qual apontam possível irregularidade em gastos das Forças Armadas com a compra de grandes quantidades de cerveja e carne bovina do tipo picanha e carvão vegetal em 2020.
O congressista afirmou ter questionado o Ministério da Defesa sobre os números. A pasta teria respondido que as bebidas “foram consumidas em 2.948 eventos no ano de 2020 com uma média de 1.000 pessoas por evento”. Kataguiri perguntou na sequência a Braga Netto: “Por que, em plena pandemia, vocês fizeram praticamente 3.000 cerimônias com consumo de bebida alcoólica com uma média de 1.000 presentes?”.
Outros deputados apresentaram questionamentos ao ministro, que só tomou a palavra 40 minutos depois. Ele não respondeu de forma direta à pergunta de Kataguiri.