Pela primeira vez desde sua fundação em 1916, a Academia Brasileira de Ciências será liderada por uma mulher cientista.
A bióloga e biomédica Helena Nader, paulistana, assumiu o cargo na ABC na última quarta-feira (4) durante cerimônia no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ).
A solenidade não aconteceu no Museu do Amanhã, pois o museu representa um ambiente repleto de ideias, explorações e questionamentos sobre os tempos de grandes mudanças em que vivemos e os diferentes caminhos traçados para o futuro – como instituição líder do maior Brasil científico.
A posse foi acompanhada pelo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, que classificou a cerimônia como um momento de pura “inspiração”.
“A posse é estratégica para a percepção pela sociedade da contribuição que a mulher pode dar na educação, na ciência e na tecnologia”, afirmou Alvim.
“As mulheres já são maioria nos campos universitários, na pesquisa e é importante também que ela tenha protagonismo no papel da ciência. Então acho que é inspirador e algo que temos muito que comemorar”, completou.
Para Helena Nader, 70 anos, ter uma presidente na Academia Brasileira de Ciências é uma vitória para a mulher brasileira.
“Eu vejo como um momento importante para as meninas olharem e dizerem que também querem ser cientistas. O Brasil acredita na ciência e o povo brasileiro é muito inteligente. Eu cheguei aqui graças a muito esforço, mas também a muita perseverança e resiliência”, declarou a biomédica.
Ao final, deixou um recado para sua geração: “Meninas, mulheres, não tem o que vocês não possam fazer, não aceitem o não como resposta e juntas vamos mudar o Brasil! Eu acho que a gente precisa de todos os gêneros para termos o país que queremos”.
Helena atua como biomédica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e era vice-presidente da ABC desde 2019. Agora, assume o cargo para o triênio 2022-2025 e sucede o físico Luiz Davidovich.