Nova operação da polícia na Cracolândia tem blindados e atiradores de elite em SP

Por Derick Fernandes Deixe um comentário 4 min de leitura
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Foto: Reprodução

Na tarde desta sexta-feira (27), a Polícia Civil deu início a uma nova operação na Cracolândia, que ocupa a quadra da esquina da Helvétia com a Avenida São João, no Centro de São Paulo.

É a segunda ação após a megaoperação que retirou usuários da praça Princesa Isabel e está sendo investigada por suspeita de excessos. É também a 15ª no âmbito da operação Caronte, lançada pela Polícia Civil em abril do ano passado para prender traficantes que atuam na Cracolândia.

Na semana passada, a polícia liberou a rua Doutor Frederico Steidel, do outro lado da Avenida São João, onde os frequentadores da cracolândia se instalaram.

De lá, a cracolândia mudou para a Rua Helvétia, no trecho próximo ao 77º Distrito Policial (Campos Elísios), que concentra as investigações da operação Caronte.

Segundo o delegado Roberto Monteiro, da 1ª Delegacia Seccional do Centro, a nova investida acontece após a identificação dos traficantes pelo trabalho da inteligência policial. “Não temos mais a Cracolândia, o que temos hoje é o fluxo de usuários”, diz o delegado, que calcula em torno de 300 pessoas na concentração. Há cerca de um ano, esse número oscilava entre 500 e 2.000, segundo Monteiro.

O jornal Folha de S.Paulo reportou que na Helvétia a aglomeração de usuários de drogas mantém a mesma rotina de antes das operações. Traficantes vendem pedras de crack, potes de maconha e alfinetes de cocaína em caixotes de madeira montados na rua. Balanças e lâminas de precisão ocupam espaço nas barracas improvisadas ao lado dos pratos onde a droga é colocada.

Assim como nas ações anteriores, nesta sexta-feira os usuários foram obrigados a sentar no chão antes de serem revistados. Além de drogas e armas, os policiais apreenderam os cachimbos usados ​​para fumar crack. “Depois eles podem ir para onde quiserem, mas acho que vão ficar aqui”, disse o delegado Monteiro.

Ele também informou que a Polícia Civil obteve autorização da prefeitura para podar as árvores da rua, que estão sendo usadas pelos traficantes para vender drogas sem serem flagrados pelas câmeras. “Eles estão muito escondidos, e agora o trabalho de inteligência será facilitado”, disse o delegado.

Usado na operação policial na praça Princesa Isabel, no dia 11 de maio, o veículo blindado do GER (Grupo Especial de Reação) foi acionado para atuar nesta sexta-feira. O papel dos oficiais especiais é garantir a segurança dos demais policiais que fazem parte da operação. O GER faz parte do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) e foi criado para atuar em casos envolvendo reféns.

Segundo o delegado-chefe da 77ª DP, Severino Vasconcelos, as operações serão constantes. Entre uma operação e outra, a Polícia Civil identifica os traficantes para embasar novos mandados de prisão.

Na quarta-feira (25), o governador de São Paulo e pré-candidato à eleição, Rodrigo Garcia (PSDB), já havia afirmado que as operações policiais para conter a formação da cracolândia vão continuar.

Segundo o governador, a Polícia Civil realizou “um grande processo de investigação com muitas prisões feitas e outras em andamento. Novas operações policiais vão acontecer”, disse.

Garcia destacou ainda que houve aumento da demanda por atendimento de saúde entre usuários de drogas após “a diminuição do fluxo e dispersão de dependentes químicos”.

Nas ações realizadas na Praça Princesa Isabel na Rua Doutor Frederico Steidel, 16 pessoas foram presas.

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Derick Fernandes é jornalista profissional (MTB 10968/PR) e editor-chefe do Portal i24.
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