BRT em Londrina: cidade um dia sonhou com um sistema de mobilidade decente

Sistema iria conectar a cidade em eixos de ônibus ligando as regiões norte-sul e leste-oeste.

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Aspecto de como seria uma estação do BRTFoto: Arquivo

Quem depende do sistema de transporte coletivo de Londrina com suas linhas confusas, sinuosas e sem muita atratividade, nem imagina que um dia se cogitou a copiar por aqui o modelo que funciona e tem dado certo nas grandes cidades.

A exemplo de Curitiba que se desenvolveu nos corredores de ônibus, Londrina chegou a ter planos de, em meados de 2010, implantar um sistema de mobilidade descente baseado em BRT – Bus Rapid Trânsit, com veículos articulados e biarculados circulando em canaletas exclusivas.

O plano tinha tudo para dar certo. Barbosa Neto, prefeito à época, começou a implantá-lo removendo os postos de combustíveis que existiam em espaços públicos pela cidade. Seria uma revolução na mobilidade da cidade que chegava aos 500 mil habitantes, com o mesmo modelo desde 1989, quando foi construído o Terminal Central.

A proposta era construir os terminais da Zona Leste e Zona Oeste, e interligá-los inicialmente por uma linha cortando a Avenida Leste-Oeste desde a região da Avenida dos Pioneiros, até perto do pontilhão com a BR-369, já na Avenida Waldemar Spranger.

Em um segundo momento, o expresso seguiria do Terminal Acapulco, na Zona Sul, até o Terminal do Milton Gavetti, de onde partiriam linhas alimentadoras conectando os bairros da região. Outros pontos avaliados para a implantação ainda foram a Avenida Saul Elkind e a Avenida Rio Branco, criando um eixo da Avenida Robert Koch, cruzando a JK, Ouro Verde, até o Vivi Xavier.

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Como era a proposta da implantação do BRT em Londrina

Mas a proposta foi por água abaixo com a chegada do ex-prefeito Alexandre Kireff ao poder, e por fim enterrada definitivamente por Marcelo Belinati. Kireff achou muito custosa as obras do BRT e preferiu substituí-las pelo que hoje é o fracassado SuperBus, trocados mais tarde por ônibus convencionais com ar-condicionado na gestão de Belinati.

Londrina acabou sem BRT e sem SuperBus. Dez anos depois, os ônibus ainda seguem as mesmas linhas, sem grandes novidades, enquanto o prefeito reclama que os usuários estão preferindo andar de Uber a utilizar o transporte público, levando ao desequilíbrio financeiro das empresas e forçando milhões em subsídios para manter os coletivos rodando.

Aspecto visual de como seria o BRT em Londrina

Se o prefeito tem dúvidas, ele pode um dia pegar um ônibus biarculado em Curitiba, do Santa Cândida ao Capão Raso, e cronometrar em quanto tempo ele vai ter cortado a cidade passando pelos seus principais pontos. Com certeza, quando ele chegar ao final do trajeto, terá sido bem mais rápido do que a Linha 931, entre o Terminal da Zona Oeste e o Vivi Xavier, que leva quase duas horas para cumprir uma rota de pouco mais de 5 quilômetros.

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