Aumento da adoção de animais na pandemia pode gerar maior número de abandonos

Por Redação 4 comentários 5 min de leitura
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É necessário pensar bem antes de adotar para que se evite o abandono - Foto: Getty Images/iStockphoto

O número de adoção de cachorros e gatos cresceu, pelo menos, 50% no período da pandemia da covid-19, alegam algumas ONG’s entrevistadas pelo G1. A taxa é surpreendente para as organizações que resgatam animais em situações de vulnerabilidade, mas levanta-se um questionamento se os possíveis tutores tomarão todos os cuidados necessários com um novo pet em sua casa e, além disso, tem-se uma preocupação se os números de animais abandonados aumentarão, pois, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), já existem mais de 30 milhões de animais abandonados vivendo nas ruas do Brasil.

Com a indicação do Ministério da Saúde, junto com a OMS (Organização Mundial da Saúde), para permanecer em isolamento social, muitas famílias buscaram alternativas para preencher essa solidão e calmaria dentro de casa. A solução encontrada pela maioria foi recorrer à adoção de bichinhos, principalmente cães e gatos. De acordo com um levantamento feito pela CNN, o principal motivo para o aumento dessas taxas é justamente esse: “a busca por companhia contra a solidão do isolamento social“.

Muitos indivíduos que nunca tiveram um animal em seu lar estão adotando e vivenciando sua primeira experiência. Isso pode ser enxergado tanto com um viés positivo quanto negativo. É importante que algumas pessoas abram suas mentes para dar uma casa à animais que demoram para ser adotados, ou muitas vezes acabam nunca encontrando um tutor. Com o isolamento social, e o aumento da taxa de adoção, os animais de rua acabam encontrando mais rapidamente um lar, superando a problemática que se tinha anteriormente da baixa procura de animais para adoção quando comparado aos animais à venda.

 Optar por adotar um animal é uma das atitudes mais importantes para diminuir o número gritante de cães e gatos abandonados e, consequentemente, evitar a vulnerabilidade aos maus tratos. Mas, antes disso, é necessário saber os cuidados que ter um bichinho em casa requer.

Amanda Fantin, uma das fundadoras do projeto Animalize, e também, estudante de veterinária da Universidade Estadual de Londrina (UEL), reforça que tanto as ONG’s quanto os futuros tutores podem tomar algumas medidas para evitar o abandono. De acordo com a voluntária, diante desse aumento de adoções, é importante que se realizem entrevistas rigorosas antes do apadrinhamento. “Antes de qualquer adoção, a primeira coisa que fazemos é uma entrevista com essa pessoa. Exatamente por esse medo muito grande da pessoa estar em home office no momento, conseguir cuidar, dar atenção para o animal, mas, e depois quando a vida ficar corrida, quando a vida voltar ao normal? Então a gente acaba se preocupando um pouco, exatamente por lidar há muito tempo com essa questão de devoluções de animais“.

Amanda Fantin também ressalta alguns fatores importantes a serem pensados antes de adotar um animal: “A primeira coisa a se pensar é que você vai estar lidando com uma vida, o animal não é um objeto, então você não vai pegar um animal para deixar amarrado no quintal, dar restos de comida e tudo mais. Você tem que ter uma programação, por exemplo, saber quanto tempo você pode ficar em casa e ver se é suficiente para dar atenção ao animal. É importante saber, também, se terá tempo de levar o animal para passear, se você vai conseguir dar a ele vacina, vermifugação e, até mesmo ração, porque, querendo não, é um gasto mensal“.

A estudante de veterinária encerra batendo na tecla de que antes de decidir adotar, ou até mesmo comprar um animal, é necessário refletir se você mesmo tem responsabilidade para isso. “São pontos que as pessoas precisam olhar mais para si e não agir por impulso“, dessa forma, a voluntária acredita que a adoção será mais responsável e possuirá menos chances de um abandono.

Sob supervisão do jornalista Derick Fernandes

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4 comentários
  • As pessoas hoje em dia só pensar no aqui e agora, muito triste isso! Espero que todos que estão adotando pós pandemia continue cuidando dos bichanos que são uma graça de Deus para nós! Ótima reportagem 24 horas, tema muito importante para se pensar!

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