ACIL prevê fechamento de empresas com nova quarentena em Londrina

Por
6 min de leitura
Divulgação: Este site contém links de afiliados. Ao clicar neles, você já ajuda a apoiar nosso trabalho, sem qualquer custo adicional para você. Cada clique faz a diferença e nos permite continuar trazendo conteúdo de qualidade! ❤️

A Associação Comercial e Industrial de Londrina, a Acil, não vai aceitar passivamente o fechamento do comércio local, a partir desta segunda (6). Para reverter a situação, “medidas cabíveis” serão colocadas em prática, de acordo com o presidente da entidade, Fernando Moraes. “Uma nova quarentena vai resultar no fechamento de muitas empresas”, frisa.

Ele se refere à obrigatoriedade de o Município acatar o Decreto Estadual n° 4.942. Que determina o fechamento de serviços considerados não essenciais em 134 cidades paranaenses, durante 14 dias.  Tempo necessário, calcula o governo do Estado, para, ao menos, atenuar a propagação do novo coronavírus.

Por meio de recurso administrativo questionando o decreto estadual, a Prefeitura de Londrina tentou manter o funcionamento do comércio local. Recebeu um sonoro não da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Neste sábado (4), dez entidades (sindicatos e associações de classe) ingressaram com ação no Tribunal de Justiça do Paraná para impedir o fechamento do comércio. No embalo, três dos quatro deputados federais de Londrina avalizaram o pedido de liminar.

Confira a entrevista que o presidente da Acil, Fernando Moraes, concedeu ao 24 Horas.

A partir de segunda-feira o comércio local terá que fechar as portas. A ACIL pretende tomar alguma atitude ou vai acatar a determinação do Governo do Estado?

A ACIL não tem poder para determinar a abertura ou fechamento do comércio. Mas nós discordamos do decreto governamental e pretendemos tomar as medidas cabíveis para manter as atividades produtivas da cidade em funcionamento. No dia 1º, enviamos um ofício à Secretaria de Saúde do Paraná solicitando esclarecimentos sobre a medida. Agora estamos entrando com uma ação junto ao governo do estado solicitando autonomia ao município de Londrina na tomada de decisões para o enfrentamento da Covid-19.

O senhor declarou que o decreto estadual seria uma “pá de cal sobre o comércio da cidade” e que provocaria o fechamento de alguns estabelecimentos. A ACIL tem dados do desempenho das atividades locais durante a pandemia?

A ACIL não faz pesquisas sobre isso, mas podemos citar alguns dados levantados por órgãos competentes. No último CAGED, tivemos 1.708 vagas de trabalho fechadas em Londrina apenas no mês de maio. No acumulado do ano, são 4.983 vagas de trabalho a menos. Os setores mais atingidos são comércio e serviços. São muitas famílias desempregadas. A grande maioria está sofrendo para manter as portas abertas. Uma nova quarentena vai resultar no fechamento de muitas empresas, porque grande parte delas ainda não conseguiu respirar após o último fechamento. Isso não é ruim apenas para o empresário, mas para a cidade como um todo, gerando recessão e aumentando a pobreza.

Houve ações para enfrentar a possível desaceleração do comércio provocada pela pandemia?

Desenvolvemos vários projetos para ajudar principalmente o micro, pequeno e médio empresários. Nosso Centro de Capacitação Empresarial mantém uma agenda online de cursos e treinamentos para contornar a crise. Também produzimos conteúdos com especialistas para explicar a crise e apontar possíveis soluções. Só o Programa Empreender, da ACIL, vem trabalhando com cerca de 20 núcleos. Fechamos, recentemente, uma parceria com o Conecta Londrina para oferecer mentorias gratuitas e ajudar os empreendedores a contornarem a crise. Também estamos implementando um Hub que, neste primeiro momento, fechou parceria com o Sebrae, para também socorrer os empresários. Junto com a Prefeitura, Codel, Câmara de Vereadores e Sebrae, conseguimos uma linha de crédito exclusiva com a Garantinorte para gerar até R$ 50 milhões em financiamentos para MEIs, micro e pequenos empresários de Londrina. Criamos o Entrega Londrina, um marketplace/aplicativo para os empreendedores londrinenses criarem sua loja e vender seus produtos e serviços online, sem qualquer custo, com uma taxa de manutenção muito abaixo do mercado. Fizemos várias ações em diferentes frentes. Também esperávamos que o governo do estado contribuísse com a isenção de ICMS, mas isso não aconteceu.

Como a ACIL lida com críticas nas redes sociais de que estaria mais preocupada com o desenvolvimento financeiro dos empresários do que com o avanço da Covid-19?

As críticas fazem parte da democracia e da liberdade de expressão. A ACIL ajudou a implementar a UPA do Sabará para fazer a triagem de pacientes; ajudou o HU a se equipar para fazer as testagens da doença; fez doações de equipamentos; ajudou a elaborar os protocolos de proteção para que as atividades produtivas voltassem a trabalhar e conscientizou os empresários e colaboradores sobre a importância das medidas de segurança para conter a pandemia. Não vemos apenas o lado do empresário, mas da comunidade. Se a saúde afunda, a economia vai junto. E vice-versa. A queda da economia diminui a arrecadação e impacta diretamente nos hospitais, que já trabalham com orçamento enxuto. O desemprego está assolando muitas famílias que, sem dinheiro, não conseguem cumprir uma quarentena. É preciso equilíbrio e união para superarmos essa crise.

Compartilhe
Sair da versão mobile