Em um momento de boa popularidade e estabilidade no país, 2012 foi o ano em que as candidaturas a prefeito no Brasil buscavam a imagem de figuras bem recebidas pelo eleitorado, troféu que até então era o PT que carregava. Naquele ano o partido contava com maciça aprovação popular, o país crescia e a economia estabilizada aumentava o bom humor das pessoas, que enxergavam na sigla, o sinônimo de mudança e avanços.
Mas o tempo passou e a partir de 2014 todo esse glamour começou a definhar: O PT se viu emergido em escândalos de corrupção, e antigos apoiadores se afastavam do partido que assistiu a maior debandada de filiados de sua história – Seguido disso ainda apareceram denúncias contra a principal personalidade do PT, o ex-presidente Lula, que acabou enrolado em delações na Operação Lava Jato e também o impeachment da presidente Dilma Rousseff, após uma reprovação histórica.
Era de se esperar que 2016 não seria o melhor momento para estar próximo à estrela e não foi diferente com os políticos de Paranaguá – O preferido na disputa para a prefeitura, André Pioli que o diga – após se candidatar para prefeito pelo PT em 2012 e deputado estadual em 2014 pela sigla, onde ele fez uma campanha “solitária” (sem apoios como em 2012), finalmente, Pioli resolveu deixar o partido e ingressar no PSC de Ratinho Júnior, apostando na renovação de sua desenvoltura política.
Mas mesmo quatro anos depois o PT ainda continua sendo a principal ferramenta usada pelos seus adversários para desconstruir a sua campanha e tentar abafar a onda “Pioli”. Nas redes sociais, imagens antigas associam o atual PSC à imagem de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, ambos citados na operação Lava Jato – O candidato que se diz livre da estrela vermelha resiste, mostrando que não quer mais conversa com o PT.
Ainda há um vídeo de 2012 gravado pelo ex-presidente Lula da Silva, para todos os candidatos do PT das principais cidades dos estados. No vídeo, Lula pedia apoio para André Pioli que evidentemente, era candidato do partido em Paranaguá – Na época a gravação foi bem recebida, afinal, era o “popularíssimo” Lula falando da cidade – Mas hoje, a mesma filmagem é um carma e uma das armas usadas pelos demais concorrentes (talvez de forma oportunista) nas redes sociais.
Baka, a persona-non-grata da campanha
Outra problemática aparição de André Pioli foi ao lado do ex-prefeito Baka Filho (PDT) em eventos na cidade. Por diversas vezes, Baka tentou use aproximar de Pioli para tê-lo como “substituto” na prefeitura – fato que em 2012 pode ter contribuído para a vitória de Mário Roque, que inclusive, já teve Baka como vice-prefeito no passado e portanto, foi responsável pela sua “criação política”.
O caso é que Pioli também quer descolar a sua figura do ex-prefeito, considerado um dos que teve o maior índice de reprovação após a gestão, e também o que acumulou o maior número de denúncias por corrupção da história de Paranaguá.
Baka é persona-non-grata da campanha, ninguém quer aparecer ao seu lado, e tampouco, faz questão de seu apoio que neste pleito ficou escondido, porém mais voltado para Alceuzinho Maron (DEM) que sem base política, tenta mais uma vez a eleição para prefeito. Maron angariou o apoio de Roberto Requião (PMDB), aliado antigo do cientista político Ogarito Linhares, que chegou a articular a deposição de Marquinhos Roque da presidência do partido para direcionar o apoio para a campanha do democrata, que se firma no ex-presidente da Assembleia Legislativa Nelson Justus para decolar.
Mas faltando apenas quatro dias para as eleições, só agora os candidatos se despertaram em apresentar propostas e deixar de atacar André Pioli no horário eleitoral – essa função, cabe aos perfis espalhados nas redes sociais – que só atinge uma parte pequena do eleitorado – pois a maioria ainda presta atenção mais na TV do que no FacebooK, além de claro, não dispensar a campanha de rua – que neste pleito, teve o domínio de Pioli.