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Baka Filho diz que quer construir VLT em Paranaguá e fala sobre volta da escola integral

Por Redação 8 min de leitura
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O ex-prefeito de Paranaguá em duas gestões (2004-2008/2008-2012), José Baka Filho (PDT), vai tentar conquistar um terceiro mandato na gestão da cidade portuária, que com cerca de 150 mil habitantes é uma das mais ricas do Paraná.

Com muita astúcia, o ex-prefeito, agora candidato, recuperou o lema que o levou a reeleição para a prefeitura. “Por amor à Paranaguá”. A reportagem conversou com Baka para que ele contasse seus projetos nessa eleição.

O ex-prefeito deixou a prefeitura em 2012 com um alto índice de rejeição, mas atribui isso a adversários políticos, que por muitas vezes apresentaram contra ele denúncias infundadas, algumas das quais já foram até mesmo arquivadas pelo Ministério Público, como o caso em que caminhão da merenda escolar foi filmado deixando ovos de páscoa na porta da casa do ex-prefeito.

O MP entendeu que os ovos eram destinados à doação, e que seriam encaminhados à uma igreja. Baka conseguiu provar que o vídeo apócrifo foi gravado para denegrir sua imagem. Apesar do arquivamento, entretanto, esse é um assunto que até os dias de hoje prejudica o ex-prefeito. 

“A política em Paranaguá ela é impressionante e absurda. Fizeram de tudo para prejudicar minha imagem. Mas o legado que eu deixei em Paranaguá foram as escolas integrais, a Roque Vernalha revitalizada, o BID, inaugurei o terminal, o Hospital João Paulo II. Na minha gestão conquistamos o Hospital Regional do Litoral, o IFPR, o Minha Casa Minha Vida, tudo fruto de trabalho e dedicação”, contou. 

Baka Filho é engenheiro civil, concursado no Porto de Paranaguá, além de ser administrador de uma construtora e casado com Jozaine Baka, empresária e sócia de uma emissora de rádio na cidade. Aos 58 anos, ele quer reconquistar a confiança do parnanguara e mostrar um trabalho que pense o futuro da cidade.

“Criei o plano diretor. Paranaguá não tinha plano diretor. Isso é, organizamos o crescimento da cidade, por isso os Shoppings começaram a vir, as empresas se instalaram de forma menos burocrática. Veja a Havan por exemplo. Delimitamos o Parque Industrial de Paranaguá, próximo na estrada velha de Alexandra (um distrito da cidade). Nenhum prefeito depois de mim fez. Falta só uma assinatura para o Parque Industrial sair do papel por exemplo, mas não fazem”, lamenta.

O ex-prefeito falou sobre seus objetivos caso seja eleito. Ele prometeu transformar Paranaguá num antro de tecnologia e educação, retomando projetos consagrados como a Escola Integral, que levou a cidade a outro patamar no conceito educacional no Brasil, e rendeu até prêmios, como o de cidade Amiga da Criança. No período, a cidade passou da média no IDEB (que é de 6). 


Baka na campanha à reeleição em 2008.

A escola integral, que Baka tanto fala, é uma iniciativa criada por Leonel Brizola, grande liderança do partido de Baka, o PDT. Brizola tinha esse projeto, de implantar uma escola em que a criança pudesse passar o dia inteiro em atividades diversas, como aulas de educação física, música, natação, teatro, literatura e geografia, por exemplo. As crianças tem aulas normais pela manhã, almoçam na escola, e à partir das 13h iniciam as atividades integrais. 

O projeto ainda contempla viagens para aprendizado e gincanas nas escolas municipais. 


Parque Awaji: Escola integral construída na gestão de Baka. Obras do parque não foram concluídas pelos outros prefeitos.

Depois que Baka deixou a prefeitura, o projeto foi descontinuado pelo prefeito Mário Roque (falecido) pai do atual prefeito de Paranaguá Marcelo Roque, que também disputa a reeleição.

Aliás, sobre Marcelo Roque, Baka também comentou: 

“Tudo o que ele está fazendo aí são recursos lá de trás. Por exemplo a estação. Eram recursos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que haviam sido conquistados na minha segunda gestão. Porém, para revitalizar um imóvel histórico daquele porte, é preciso muito planejamento, por isso demora mesmo. Ele só fez isso porque corremos atrás lá no passado, se não, não tinha conseguido”, diz.

Baka ainda explica que tudo o que restou do turismo em Paranaguá ainda é de sua gestão: 

“A rua da praia está uma vergonha. Nosso maior ponto turístico, que são os casarões, estão caindo aos pedaços, sem incentivo. Nem os trapiches que o Mário Roque construiu estão revitalizados. No nosso tempo era tudo arrumado aqui, os trapiches estavam bonitos, pintados, as lâmpadas todas funcionando, e ninguém vê isso. O prefeito atual prefere investir em pracinha e ponto de ônibus com ar condicionado, mas que não tem manutenção”, critica.


Turismo: Casarios definham em Paranaguá 


Antiga câmara municipal de Paranaguá também está abandonada. Local já recebeu Dom Pedro II e Princesa Isabel.

PROJETOS

O ex-prefeito, apesar de lutar contra a rejeição, está confiante que vai ser bem recebido pelas pessoas. Ele quer conversar olho no olho com o parnanguara e fazer suas propostas para retomar o que para ele, era o caminho certo. 

Uma de suas propostas é a criação de um novo modal no transporte em Paranaguá. O VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) – solução que já existe em cidades como Santos (SP) e no Rio de Janeiro, e consiste em uma espécie de “mini-trem” que circula por trilhos instalados em avenidas. O VLT também é muito usado na Europa, onde em quase todas as capitais está presente como alternativa ao ônibus.


VLT em Santos (SP) – Veículo Leve sobre Trilhos é alternativa ao ônibus (Foto: Arquivo)

“Já desenvolvemos um estudo. Paranaguá tem capacidade de ter o VLT, porque somos uma cidade plana, somos uma cidade com ruas retas. Precisa só de planejamento e cuidado. A primeira linha seria do centro até a região sul de Paranaguá, mais ao lado do Jardim Esperança, Vila Garcia. É pra lá que a cidade está crescendo. Queremos que o Shopping Ilha do Mel, que vai ser construído lá, tenha um bom atendimento de infraestrutura. Mais do que mobilidade, o VLT também é desenvolvimento econômico. Vai elevar Paranaguá a outro patamar”, disse.

Outra proposta do ex-prefeito é a revitalização da rua da praia, para transformá-la em um setor gastronômico e cultural. “A casa do portão de ferro, o calçamento, a casa do brasão, e os trapiches. Vamos começar pelo básico, e incentivar que os bares e restaurantes adotem a rua da praia e a região da XV de novembro para se instalarem. É uma área histórica. Precisamos também embutir a fiação elétrica, para ficar mais bonito, mais alegre de se ver“, disse.

Atualmente, a casa do portão de ferro e a casa do brasão estão em vias de desabarem por falta de cuidado. Até mesmo a estrutura metálica (que havia sido anunciada como temporária) para segurar os imóveis, está cedendo ao tempo.

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