CURITIBA, PR
G1 Paraná
O vidente Luiz Antônio Ferreira Pereira, conhecido como “Chik Jeitoso”, e o ex-secretário municipal de Curitiba, o advogado Marcelo Araújo, foram presos na manhã desta terça-feira pela Polícia Civil sob a acusação de extorquir empresários, políticos e artistas no Paraná.
A investigação realizada pelo Departamento de Inteligência do Paraná (Diep) cumpriu ainda outros 10 mandados de condução, além da prisão dos principais envolvidos. A operação foi batizada de “Lomax” e também foi deflagrada na Região Metropolitana.
Segundo as investigações, a dupla pedia dinheiro para que fossem retiradas de redes sociais acusações feitas a respeito de empresários, políticos e artistas de televisão. Os suspeitos, segundo a polícia, chegaram a exigir R$ 5 milhões de uma das vítimas.
Uma terceira pessoa, uma mulher, foi levada para depor coercitivamente. A polícia afirma que ela era usada pelo ex-secretário e pelo bruxo para a prática do crime de extorsão.
Além dos dois mandados de prisão e o de condução coercitiva, os policiais cumpriram mais nove mandados de busca e apreensão. Cerca de 20 policiais do Diep participaram da ação policial.
Os nomes das vítimas, que segundo a polícia são pessoas conhecidas, são mantidos em sigilo. A investigação tem cinco pessoas que foram achacadas pelos suspeitos, sendo que três registraram queixa. A polícia não descarta que o número de vítima possa ser maior.
Como agiam
De acordo com o delegado Renan Ferreira, a dupla dizia para as vítimas que caso o dinheiro não fosse pago, o bruxo publicaria denuncias de estupro e pagamento de propina na internet. Ainda conforme as investigações, os suspeitos chegaram a ameaçar de morte as vítimas.
“Ele queria derrubar a pessoa politicamente. Esse era o objetivo dele, e ele deixava isso bem claro. Para conseguir isso, ela atraia alguma pessoa, que aceitasse registrar um boletim de ocorrência, para que esse boletim causasse um dano muito grande”.
Segundo a polícia, os personagens existiam, porém, a veracidade dos fatos não foi possível confirmar.
“Alguns fatos existiam em algum contexto, outros não. Nós não temos como afirmar se os fatos eram ou não verídicos. Por exemplo, um empresário, houve uma relação dele com a mulher, mas tentaram inverter a história como um caso de estupro”, disse o delegado Francisco Caricati.
Marcelo Araújo era responsável por exigir do advogado das vítimas a quantia indevida. “Ele era a pessoa que falava: olha, eu garanto que a pessoa que foi levada a registrar o boletim de ocorrência não vai falar nada, ela vai se calar”, exemplificou o delegado.
A polícia disse não ter conhecimento de que as vítimas tenham feito o pagamento. Segundo o delegado, para que o crime de extorsão seja caracterizado não é necessário o pagamento, basta a exigência.
Chik Jeitoso e Marcelo Araújo foram candidatos a vereador na última eleição.
