Quem mora na região do João Paz e do Conjunto Semíramis, na zona norte de Londrina, convive com o mau cheiro constante de um local que deveria ser sinônimo de valorização imobiliária e qualidade de vida.
O Ribeirão Lindóia, que corta toda a região está poluído, e não é pouco.
O problema ambiental é denunciado pelos próprios moradores, que colocaram uma faixa na ponte que passa sobre o ribeirão na Avenida Angelina Ricci Vezozzo. O objetivo é chamar a atenção das autoridades e de quem passa no local, sobre um possível crime ambiental.
O cheiro forte de esgoto e a água escura revelam a situação dramática do ribeirão, cujo as águas formam os lagos Cabrinha e Norte.
Lixo e esgoto são despejados diretamente na água, por meio de manilhas que desembocam no curso do ribeirão, ou lançados diretamente por irresponsáveis.
A legislação enquadra o despejo irregular de esgoto em leitos de rios ou ribeirões como crime ambiental, conforme consta na lei Lei 9.605/98, passível de sanções e multas.
A reportagem esteve no local e confirmou o problema, e ainda o descarte de entulhos no ribeirão, como pneus e móveis velhos por exemplo. O Instituto Água e Terra do Paraná foi contatado sobre o problema, mas não se posicionou.
A despoluição do ribeirão é um sonho distante. O marceneiro Maurício Oliveira, que mora na região, reclama que o ponto é esquecido pelo poder público, e que não há investimento adequado em saneamento básico.
“Há muitos anos o esgoto cai aí no ribeirão e também não é feito nada para mudar essa realidade. O povo também não ajuda e joga lixo no rio. É um local que era pra ser bonito, pra ter pista de caminhada, parquinho para as crianças”, desabafa.
Embora esse cenário de poluição seja preocupante, há ainda aqueles que se arriscam em pescar no ribeirão. Durante a visita da reportagem, um pescador solitário tentava pegar algum peixe que ainda se atrevesse a viver naquela água. Por 40 minutos que estivemos por lá, no entanto, ele não conseguiu fisgar nenhum.