Esquema rendeu propina de R$ 1,6 milhão a vereadores e comissionados

Por Redação Deixe um comentário 4 min de leitura
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O esquema que consistia em mudar o zoneamento urbano em Londrina para beneficiar empreiteiras rendia cerca de R$ 1,6 milhão em propina aos vereadores e cargos comissionados que estão sendo investigados pelo Ministério Público Estadual. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o serviço envolvia a realização de estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) e acompanhamento do projeto na Câmara.

Antes, os agentes públicos faziam a solicitação de vantagem indevida diretamente aos donos de loteadoras. Depois, eles indicavam um prestador de serviço que solicitava indiretamente a propina”, disse o delegado Alan Flore.

Conforme Flore, um dos vereadores que foi detido apresentava o prestador de serviço ao empresário interessado e o convencia a contratá-lo. Após isso, esse prestador preparava um orçamento com valores que seriam divididos entre os membros da organização criminosa.

Descobrimos que uma empresa que não fazia parte do esquema cobrava pelo mesmo estudo entre R$ 24 e R$ 27 mil. Esse prestador de serviço cobrava mais de R$ 1 milhão”, afirmou o delegado do Gaeco.

Os fatos teriam ocorrido entre 2013 até 2017. A operação investiga a uma zona industrial, que após as mudanças de zoneamento, passou a ser uma área residencial, permitindo a construção de condomínios. A operação batizada de ‘Zona Residencial 3’ investiga um total de onze pessoas, entre elas, os vereadores Mário Takahashi (PV), atual presidente da Câmara Municipal de Londrina, e o professor Rony Alves (PTB).

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Rony Alves e Mário Takahashi – Foto: Divulgação / CML

AFASTADOS

Os parlamentares e os outros nove investigados serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas. Os vereadores foram afastados de seus cargos por 180 dias, e assim como os demais investigados, estão proibidos de frequentar a Câmara e a Prefeitura, além de manterem contato entre si.

LISTA DOS INVESTIGADOS E SUAS VERSÕES

  • Rony dos Santos Alves (vereador)
  • Mário Takahashi Neto (vereador)
  • Evandir Duarte de Aquino (assessor de vereador)
  • Ossamu Kaminagakura (servidor público municipal)
  • Luiz Guilherme Christino Alho
  • Ignes Dequech Alvares
  • Cleuber Moraes Brito
  • Brasil Filho Theodoro Mello de Souza
  • José Lima Castro Neto
  • Homero Wagner Fronja
  • Vander Mendes

Takahashi e Alves disseram que não irão comentar a operação do Gaeco. Já a ex-diretora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) Ignês Dequech Alvares, informou que está viajando e que não foi informada sobre a operação deflagrada nesta quarta-feira.

Luiz Guilherme Christino Alho disse que prefere não se manifestar no momento e vai aguardar os desdobramentos.

O ex-secretário de obras Ossamu Kaminagakura, o ex-secretário de Meio Ambiente Cleuber Moraes Brito, o chefe de gabinete Evandir Duarte de Aquino e os empresários Vander Mendes Ferreira, Brasil Filho Theodoro Mello de Souza, Homero Wagner Fronja e José de Lima Castro Neto não foram localizados para apresentar suas versões.

A Câmara de Londrina disse que os suplentes de Takahashi e Alves só podem ser convocados depois de 120 dias. Por enquanto, as sessões serão conduzidas por 17 vereadores e será presidida por Ailton Nantes (PP).

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