DIÁRIO 24H
LONDRINA
Há mais de 20 anos, Lucimara Aparecida Diniz, 42, partiu do interior de São Paulo para buscar uma vida nova em Londrina, no norte do Paraná. Com uma história de vida marcada por altos e baixos, a mulher, que trabalha em frente ao Banco do Brasil no calçadão central da cidade, recebe ajuda de várias pessoas para sobreviver.
Lucimara mora com a mãe, e a vida se torna mais difícil quando as duas são deficientes:
– Eu tive Poliomielite com menos de um ano de idade, por isso sou assim — descreveu ao ‘Jornalismo Periférico‘
Despejada pela Justiça da casa onde morava há 18 anos, ela buscou na bondade das pessoas um meio de subsistência:
– Desde então, fico descrente de tudo e eu nunca me agradei com a justiça, hoje eu tenho desprezo por tudo isso. Nunca saí daqui [de Londrina], é difícil de se locomover. O futuro, dentro de que eu vivo, o que eu posso fazer? Eu nem sei o que será de mim se alguma coisa acontecer com minha mãe. Todo mundo fala que quem não se da bem na vida é da classe P: Preto, Pobre, P*ta, e eu coloco o quarto P: de paralitico. – concluiu.
Lucimara, além de tudo, foi vítima da maldade na internet. Uma publicação feita em uma página no Facebook, disseminou o boato de que sua situação, na realidade, seria outra: A foto publicada mostra uma mulher com a mesma deficiência da londrinense em uma praia no nordeste brasileiro.
A semelhança entre as duas foi o fator que levou a postagem viralizar nas redes sociais.
O pior foram os comentários de quem acreditou na história. Muitos preconceituosos e tão baixos que nós não teremos a audácia de mencioná-los, por puro respeito.
A postagem foi compartilhada por centenas de milhares de pessoas em todos os canais imagináveis. Essa desinformação pode acarretar sérios problemas a uma pessoa que precisa de ajuda.
– A gente tem que ter muita força para aguentar a situação que se passa, até por que a gente não consegue reagir muito.