Com a alta do preço do combustível, motoboys e motoristas de aplicativos, principalmente da Uber e da 99Pop, protestam por todo o país. As manifestações já aconteceram nos grandes estados como Rio de Janeiro, na cidade de Niterói, em São Paulo, na região metropolitana de Campinas e no Paraná, na própria capital, além da região de Londrina.
Só nesses três primeiros meses de 2021 a gasolina já subiu seis vezes, de acordo com levantamento de “O Globo”, chegando em média a R$ 5,3 o litro na capital paulista, já o etanol a R$ 3,98, isso afeta diretamente o trabalho dos motoristas de aplicativos e, também, dos chamados motoboys.
Como forma de prevenção contra a pandemia do covid-19 os boys têm sido essenciais para o distanciamento social da população. As relações de consumo mudaram, e agora os produtos vão até o cliente, tudo acontece por meio dos motoboys, que em um curto período de tempo levam a encomenda até o conforto de sua casa.
Por mais que esses entregadores estejam sendo essenciais para o confinamento da população, a maioria deles acaba sendo prejudicada pela alta do combustível. Eduarda Alberto, 35, entregadora, é uma das profissionais que foi afetada por esse aumento: “Devo te dizer que está um desespero a situação dos preços. Eu não trabalho por aplicativo, tenho meus clientes fixos e é uma situação desesperadora porque você tem que aumentar o preço da entrega, e aí o cliente não quer pagar. Então você tem que tentar convencer o cliente porque às vezes dois reais dá uma diferença absurda“, afirmou a carioca.
Além disso, a profissional acrescenta que raramente está conseguindo abastecer sua moto: “Só estou andando basicamente com o tanque da moto sem gasolina, só consigo colocar gasolina de vinte em vinte reais. Quase fiquei na pista por estar sem combustível. O momento está sendo desesperador pois o dinheiro de todas as entregas está indo basicamente para abastecer a moto“.
Além dos motoqueiros, os motoristas de aplicativo também entraram na onda dos protestos. A alta da gasolina e do etanol afeta ambos os profissionais, mas por outro lado, os motoristas de apps acabam sendo mais prejudicados quando essa questão se junta aos reajustes defasados das plataformas de corrida.
Em carta aberta o Movimento SOS Motoristas por Aplicativos afirma que não há um reajuste dos valores pagos por quilômetro ou minuto rodado pelas plataformas há mais de 6 anos. Isso não significa que o valor da corrida aumentará para os passageiros, pelo contrário, o que acontece é uma baixa do valor para os clientes, mas cobrando a mesma taxa dos profissionais.
A somatória do valor baixo das corridas, junto à defasagem das taxas, que continuam altas, acompanhado ao preço do combustível faz com que os motoristas não vejam outra saída além de realizar protestos reivindicando baixa dos valores.
* Estagiária do 24Horas com supervisão do jornalista Derick Fernandes