Apenas somando os salários dos últimos três anos do seu filho, Bryan Vinicius Pereira Roque, e da sobrinha, Camila Cordeiro Roque, a família do prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, já lucrou mais de R$ 700 mil por meio do nepotismo.
As informações sobre os rendimentos constam no Portal da Transparência do município.
Bryan e Camila estão nomeados desde 2017, quando Marcelo Roque assumiu a prefeitura. O salário deles gira em torno de R$ 9.750,00 mensais. Bryan ocupa o cargo de Secretário Municipal do Trabalho e Camila, a Comunicação.
A prática de Nepotismo, embora não esteja tipificada como crime, é considerado ato de improbidade pelo Supremo Tribunal Federal com base na Constituição. O STF editou a súmula vinculante 13 que esclarece isso:
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
A conta para o contribuinte fica ainda maior se considerado o salário de R$ 16 mil do prefeito. São R$ 1,278 milhão pagos em salários para a família Roque nos três anos de mandato. Somente o filho Bryan, e a sobrinha, Camila, faturam R$ 351 mil ao ano.
Bryan também foi alvo de polêmicas durante a gestão. Em 2018 ele foi gravado em uma ligação a um Guarda Municipal, pedindo para que o trabalho de fiscalização não fosse aplicado a um amigo com o veículo irregular. A denúncia foi feita pela TVCi na época:
IRMÃO JÁ FOI CONDENADO
O irmão de Marcelo Roque, o ex-vereador cassado Marquinhos Roque, chegou a ser condenado em 2018 pela prática de nepotismo. Após ser descoberto que ele havia nomeado vários parentes na Câmara Municipal (ele era o presidente), Marquinhos chegou a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, se comprometendo a demitir os familiares.
Entretanto, Marquinhos manteve nomeada Kassiana Sâmela Nascimento Roque. A condenação dele foi determinada pelo juiz Rafael Kramer Braga, que ainda impôs multa ao ex-presidente da Câmara de Paranaguá.