CURITIBA, PR – O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu doze pessoas em uma operação contra fraude em licitações envolvendo coleta de lixo em Curitiba e em outras cidades do Paraná.
Dos mandados de prisão, dois são contra servidores vinculados ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que atuavam na capital e em Francisco Beltrão, no sudoeste do estado. A operação foi batizada de ‘Container’.
Além das prisões, 36 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em escritórios do IAP, empresas e em residências em Araucária, Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Nova Esperança do Sudoeste, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Salto do Lontra, Cafelândia e Umuarama.
As investigações, conforme o Gaeco, tem como alvo a formação de cartel para licitações realizadas por prefeituras paranaenses para contratação de serviços terceirizados de coleta seletiva de resíduos.
Conforme o Gaeco, o esquema perdura desde 2010. Dois grupos empresariais estariam dividindo o mercado e apresentando propostas de coberturas nos processos licitatórios para garantir que o acordo respeitasse a carteira de contratos de cada empresa.
— Eles fingem que fazem uma concorrência, mas, no entanto, conduzem uma regionalização de contratação pelas prefeituras, conforme a escolha ou o interesse dos grupos. – disse o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, à RPCTV.
Além de fraude, também está sendo investigada a prática de cartel, corrupção ativa e passiva, além de crimes contra o meio ambiente.
A operação acontece em conjunto com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Grupo Especial de Proteção ao Patrimônio Público (Gepatria).
POSICIONAMENTO DO IAP
Por meio de nota, o IAP disse que recebeu os investigadores do Gaeco durante as buscas, e que foram apreendidos processos de licenciamento nos escritórios regionais de Umuarama, Francisco Beltrão e Curitiba, para transporte de resíduos sólidos.
“O IAP reforça que está a disposição dos investigadores e colabora com todas as informações necessárias. O instituto abrirá processo administrativo para apurar qualquer desvio de conduta de seus servidores e tomar devidas providências cabíveis”, diz outro trecho da nota.