Polícia Federal investiga Silas Malafaia por lavagem de dinheiro

Redação
17696930
Foto: Diorgenes Pandini / Agencia RBS

SÃO PAULO, SP
Diário do Estado

A Polícia Federal deflagrou hoje (16/12) a Operação Timóteo, com o objetivo de desarticular organização criminosa investigada por um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM – tem como destino os municípios).

Cerca de 300 policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão em 52 diferentes endereços relacionados com o grupo criminoso. Além das buscas, os policiais também cumprem, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, 4 mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de 3 imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões. O Juiz do caso determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos 3 escritórios de advocacia e consultoria sob investigação. As ações acontecem nas seguintes unidades da federação: BA, DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO.

As provas recolhidas pelas equipes policiais devem detalhar como funcionava um esquema em que um Diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral, detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties, oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral.

Até onde a Polícia Federal conseguiu mapear, a organização criminosa investigada se dividia em ao menos quatro grandes núcleos: o núcleo captador, formado por um Diretor do DNPM e sua esposa, que realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do Diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema; e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.

Malafaia é investigado

Entre os investigados está o pastor Silas Malafaia. Ele é suspeito de usar contas da igreja para esconder a origem do dinheiro ilícito. Em suas redes sociais, Malafaia afirmou que recebeu o dinheiro de um fiel, mas não sabe a origem do valor.

“É a tentativa para me desmoralizar na opinião pública. Não poderia ter sido convidado para depor. Recebi um cheque de um advogado como recebo inúmeras ofertas e as declaro no IR. Sou responsável pela bandidagem de outros? Estou indignado. Será que a Justiça não tem bom senso para saber que eu recebi o cheque de uma pessoa? E isso me torna participante do crime? Estou indignado”, afirmou Malafaia.

Com informações da DPF
Compartilhe
Sair da versão mobile