A emissora TVCi de Paranaguá, no litoral do estado, está sendo investigada pela Justiça por divulgar pesquisa eleitoral com números fraudulentos, em favor de grupos políticos da cidade. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Eleitoral, com base em representação protocolada pelo Partido Trabalhista do Brasil (PT do B).
Segundo a denúncia, a emissora contratou o instituto IRG de pesquisas para fazer o levantamento realizado em 04 de agosto, onde constaram perguntas de avaliação da gestão do atual prefeito, Marcelo Roque, pré-candidato à reeleição, o que de acordo com o Ministério Público fere o princípio de imparcialidade.
A pesquisa, registrada sob o número 04204/2020 no Tribunal Regional Eleitoral também apresentou números notavelmente alterados. Conforme o promotor Diogo de Assis Russo, a somatória das intenções de votos dos possíveis candidatos à prefeitura de Paranaguá avaliados pela pesquisa chegou a 104%.
Na apresentação da denúncia ao Juízo Eleitoral de Paranaguá, o promotor entendeu que a emissora agiu para beneficiar o atual prefeito Marcelo Roque (Podemos), tido por ela como aliado político.
Na mesma TVCI também apresenta um programa aos sábados o deputado estadual Paulo Roberto Galo, do mesmo partido do prefeito, e que na semana passada, confirmou em áudio vazado nas redes sociais que a emissora de fato promove negociatas políticas.
A declaração de Galo caiu como uma bomba no bastidor político de Paranaguá. O apresentador se disse traído pela emissora após a vinculação de uma reportagem em que ele aparecia ao lado do pré-candidato à prefeito de Matinhos Zé da Ecler, que foi atacado pela emissora em reportagens televisivas. No áudio, Galo diz que a TVCi é aliada do grupo político de Eduardo Dalmora, que também é pré-candidato à prefeito de Matinhos e tem supermercados na região que anunciam no canal de TV.
INVESTIGAÇÃO
O Ministério Público Eleitoral (MPE) remeteu a denúncia à Polícia Federal, que investiga a emissora por prática de corrupção eleitoral. Se confirmado os crimes, o canal de TV pode ser multado ou até ser obrigado a se retratar publicamente pela divulgação dos números supostamente fraudulentos.
OUTRO LADO
O diretor da emissora, Fabiano Monteiro, foi procurado para comentar a acusação, mas não retornou as mensagens da reportagem. O 24Horas também aguarda nota do Instituto IRG.
