Policiais civis de todo o estado devem entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (17). A decisão foi tomada em assembleia geral do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol-PR) realizada nesta quinta-feira (13) em Curitiba.
A greve, que será iniciada junto com a paralisação dos professores, vai manter 30% do efetivo trabalhando e não vai afetar serviços considerados emergenciais como flagrantes e homicídios. Segundo o sindicato, consultas foram feitas em todo o Paraná para definir os pontos da paralisação; estima-se que 4,3 mil funcionários estejam lotados no quadro da Polícia Civil, que desde julho, já se encontra em estado de greve.
No total, 70% dos agentes devem cruzar os braços, Eles são contrários ao pacote de emendas da Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO) do governo do Paraná que afetem o cumprimento da data base em janeiro de 2017. Na terça-feira (11), o governo suspendeu a tramitação das emendas. Mesmo assim, os professores estaduais aprovaram a greve.
“Se fala que a greve é ilegal porque a Polícia Civil é um grupo armado. Mas estamos em estado de greve desde julho. Já estamos praticamente com os 30% efetivos há um bom tempo”, explica André Luiz Gutierrez, presidente do sindicato.
Em julho do ano passado, após o pacotaço de reajuste nas contas, o governo assinou um acordo onde se compromete a reajustar os salários dos servidores estaduais em janeiro de 2017, repondo assim os índices de inflação e acrescentando um percentual de 1% de adicional de data-base relativo à compensação dos meses não pagos do ano de 2015.
Greve de agosto
Policiais civis protagonizaram a última grande greve contra o governo estadual no começo de agosto. De acordo com informações do Sinclapol na época, em diversas delegacias os agentes trabalhavam até 80 horas semanais, quando a atribuição legal é de apenas 40 horas. A categoria ainda salienta que outra promessa não comprida pelo governador Beto Richa (PSDB) é a de que policiais não cuidariam de presos em carceragens de delegacias. No entanto, atualmente o estado abriga dez mil detentos que permanecem sob a vigilância da polícia civil.
Além disso, a categoria reclama da falta de efetivo. Nem todas as 512 delegacias do estado tem um delegado. Segundo o Sinclapol, são apenas 414 delegados trabalhando atualmente. Ademais, o efetivo dos escrivães está em 745 para 1400 vagas; o dos investigadores é de 2.881 para 4.395 vagas; e o dos papiloscopistas é de 317 para 500 vagas.
Polícia Civil
Em nota, a Polícia Civil informa que só se manifestará na segunda-feira (17). “A Polícia Civil está trabalhando normalmente, a partir de segunda-feira (17), o Departamento da Polícia Civil se posicionará.”