LONDRINA, PR – O promotor Ricardo Alves Domingos, da 11ª Promotoria de Justiça de Londrina, ingressou com pedido para que o Policial Militar Bruno Carnelos Zangirolami seja julgado por júri popular, pela morte do adolescente Gabriel Sartori, 17, em frente a uma escola no Conjunto Cafezal, na zona sul de Londrina, em crime cometido em fevereiro deste ano.
Bruno residia em uma casa localizada no terreno da escola Maria Aguileira. Para a justiça, o policial alegou que abordou um grupo de jovens que estaria fazendo consumo de maconha em frente ao colégio. Conforme seu depoimento, os adolescente não acataram suas ordens e começaram a se aproximar dele; Para evitar uma agressão, o policial então efetuou um disparo no chão, que ricocheteou e atingiu o peito de Gabriel.
Ainda de acordo com o depoimento do policial, após o disparo os adolescentes saíram correndo, e ele retornou para a casa no pátio da escola.
Porém, para o Ministério Público essa versão é suspeita e foi desmentida por testemunhas, que alegaram não ter havido discussão, nem resistência por parte dos jovens. Quem presenciou o caso disse que o policial chegou atirando, e em um dos relatos, ele ainda teria dito que “isso é pra aprenderem a não fumar mais em frente à minha casa”. Outras testemunhas ainda disseram em juízo que, mesmo após ter atirado, Bruno ainda perseguiu os jovens com o auxílio de um cachorro, e só parou depois que percebeu que um deles havia sido baleado. Diante da gravidade da situação, o PM então, socorreu Gabriel, que não resistiu e morreu a caminho do hospital.
Para a promotoria do MP, o caso não é caracterizado como legítima defesa, pela falta de risco à vida do PM, uma vez que os adolescentes não estavam armados, e porque a força utilizada foi desproporcional à suposta agressão que o policial sofreria. O MP pede que Bruno responda por homicídio com dolo eventual, que se for comprovado pode gerar uma pena de prisão de até 30 anos para o PM.