No final do ano passado, Ronaldo anunciou publicamente seu interesse em presidir a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Porém, no fim da manhã de hoje quarta-feira (12), o futebol brasileiro foi impactado pelo anúncio da desistência dele nesta manhã em post no Instagram.
Leia o post na íntegra:
“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.
Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.
No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo.
O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.
Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união.”
Vale ressaltar alguns pontos sobre o atual cenário da CBF e o porquê desse movimento contra a candidatura do Ronaldo.
Todas as federações mensalmente recebem duas “mesadas” da CBF, uma destinada para as despesas e a outra fica a critério do presidente. Vale ressaltar que a segunda mesada não é necessário a prestação de contas. Sendo assim, existe um risco de sufocamento financeiro levando em conta a fragilidade financeira de algumas federações.
Outro ponto de atenção, é a postura do atual presidente Edinaldo Rodrigues. Segundo relatos, ele possuiu muita insegurança no cargo, além de ter algumas atitudes centralizadoras quando o assunto é sua gestão.
Por fim, o modelo de votação. Todas as federações possuem voto de peso 3 e os 40 clubes que compõe as principais divisões (Série A e B) peso 1. Ou seja, cada voto de federação vale 3 e de cada clube vale 1.
Para iniciar uma chapa e concorrer à presidência, Ronaldo Fenômeno deveria ter o apoio de quatro federações e oito clubes, quatro da Série A e quatro da Série B.
Com a desistência do Fenômeno, tudo indica que Edinaldo Rodrigues conseguirá se reeleger ao cargo. Outro candidato à presidência é o atual presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) Reinaldo Carneiro Bastos. Tendo em vista que após homologação do STF, Edinaldo Rodrigues foi mantido no cargo e deve fazer uma nova eleição no prazo de um ano – do final desse mês até o fim do mandato, 22 de março de 2026.
