CURITIBA – Uma manilha por onde passa a água da chuva. Um lugar pequeno, escuro, com mau cheiro, e que passa despercebido pelas pessoas que andam nas ruas. Esse foi o local escolhido como abrigo pela catadora de recicláveis Rosângela Perpétuo de Britte, 37, de Colombo, na região metropolitana de Curitiba. Sem lugar para morar, ela levou as poucas coisas que tem até um bueiro na Rua Honorata Baldo, onde se instalou na última sexta-feira (7).
A situação de Rosângela chamou a atenção dos moradores da vizinhança, que levaram a reportagem da Banda B até o lugar onde ela vive. Dentro da manilha há um pequeno colchão enrolado e uma sacola com alimentos, enquanto mochilas com alguns pertences ficam do lado de fora.
Rosângela contou que morava com o irmão e a cunhada, mas uma briga familiar fez com que ela saísse de casa. “Não deu certo com a minha família, não me aceitaram lá e eu vim para cá. Todos os dias, às 6h da manhã eu saio para catar os materiais e levo para reciclar. É com isso que eu trabalho”, relatou ela em entrevista nesta segunda-feira (10).
A catadora explicou que usa o dinheiro para comprar comida, que ela cozinha em uma fogueira que faz ao ar livre usando lenha. O banheiro é o próprio matagal ao redor da manilha. “Isso é desumano mesmo. O que eu quero é uma moradia digna, mas me falta tudo”, completou.
Fonte: Banda B.