Parece irônico, mas não é. O vereador pastor Gerson Araújo, condenado a quatro anos de prisão na última sexta-feira (14), integra a mesa executiva da Comissão de Justiça, Legislação e Redação da Câmara Municipal.
Na prática, Gerson é vice-presidente da comissão, responsável por quase todas as resoluções que envolvem mudanças fundamentais na legislação da cidade, bem como todos os pareceres jurídicos da casa de leis.
O pastor, que já ocupou o cargo de prefeito após a cassação de Barbosa Neto (PDT) em 2012, é condenado por favorecimento ilício à empresa Iguaçu do Brasil, envolvendo a compra de um terreno de R$ 26 milhões na Zona Norte.
Ele também teve outras derrotas judiciais envolvendo sua carreira política. No ano passado, recorreu de uma sentença do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que manteve decisão de primeira instância para cassar o seu mandato de vereador.

Mas apesar de todas as polêmicas, Gerson Araújo nega que participou do esquema com a Iguaçu do Brasil. Além dele, o dono da empresa, Carlos Alberto Campos Oliveira, e o seu ex-assessor, William Polaquini, também foram condenados à prisão. A Justiça determinou quatro anos de reclusão a Carlos, e três anos a William, pelo mesmo caso.
Vale ressaltar ainda que Carlos Alberto foi prefeito de Mandaguari, na região metropolitana de Maringá, e em 2014 chegou a ser procurado pelo extinto programa CQC, da Band, para falar sobre as denúncias. Vítimas da empresa Iguaçu do Brasil procuraram a TV para denunciar que os imóveis comercializados pela empresa dele não existiam.
Segundo a defesa do vereador, representada pelo advogado Vinicius Borba, não há provas consistentes do envolvimento do então prefeito no esquema, e a intenção é recorrer da sentença judicial de primeira instância.
A defesa de Carlos Alberto não foi localizada para se manifestar.
A íntegra do documento você pode conferir aqui.