Mais dois hospitais de Londrina foram vistoriados essa semana para averiguação do estado de funcionamento da estrutura dos locais, além das condições de trabalho a qual os funcionários estão submetidos. Os diretores do Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná (SINDMED) estiveram na Maternidade Lucila Ballalai e no Pronto Atendimento Infantil (PAI), nesta que foi a terceira rodada de visitas que já passou pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Jardim Sabará, Jardim Leonor e Jardim do Sol.
Segundo o Sindmed, estiveram presentes na visita o presidente do Sindicato, Alberto Toshio Oba, os diretores Mário Machado Júnior e Cláudio Talarico, acompanhados pelo promotor Paulo Tavares, da Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais, pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde, Cicero Cipriano Pinto, e assessores do presidente da Câmara Municipal, Mário Takahashi, e o do vereador João Martins, da Comissão de Seguridade Social, que não puderam estar presentes.
O que o grupo encontrou está longe de ser um lugar propício e preparado para receber recém-nascidos, enfermos e acompanhantes. Faltam equipamentos e medicamentos básicos, como amoxilina, no PAI. Já na maternidade, o pediatra plantonista não tinha um estetoscópio infantil. Além de problemas causados por falta de manutenção, como: portas que não funcionam, ventiladores quebrados ou inexistentes, camas e berços inutilizados, fios soltos, infiltrações, rachaduras, mofo, goteiras e muito mais, tudo isso decorrente da ausência de manutenção.
A falta de ventilação é um outro problema que se agrava nos dias de calor intenso. Os ares-condicionados não funcionam, os ventiladores são escassos e, em algumas salas, inexistem. Na maternidade, a variação de temperatura, pode afetar os recém-nascidos. Segundo alguns funcionários, no verão os bebês desenvolvem quadros de hipertermia devido à instabilidade térmica, triplicando o número de exames necessários no período.
Até a segurança é motivo de queixa nos dois hospitais. Roubos são frequentes, faltam portas e não há guardas ou vigias.
Os médicos estão sobrecarregados pois não há substitutos para os que se aposentam, pedem exoneração ou cumprem licenças e ão há compensação de hora extra, por falta de equipe. Todas as queixas já foram documentadas e relatadas à Secretaria de Saúde, mas, por enquanto, seguem sem nenhum retorno.
Para chamar atenção para a situação da saúde londrinense, ocorrerá uma Audiência Pública na próxima segunda, dia 11, às 19h, convocada pela Câmara Municipal de Londrina, por meio da Comissão de Seguridade Social com o tema “Saúde Pública Municipal – Atendimento Oferecido à População”.
Além dos problemas já citados, serão debatidos também a necessidade de os médicos serem contratados como médicos e não como promotores de saúde, desrespeitando a categoria. Além de reposição das perdas salariais acumuladas entre os anos 2000 e 2009 e a complementação dos percentuais pagos pelo exercício de Atividade de Responsabilidade Técnica (ART).
Segundo o Sindmed, os médicos recebem hoje 25% de ART enquanto os demais funcionários de nível superior alcançam 70%. Isso devido a uma manobra ocorrida em 2011, na gestão do então prefeito Barbosa Neto, e num flagrante descumprimento à legislação.