Vítima de boato, professor é espancado até a morte em Curitiba

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CURITIBA, PR – Após ser alvo de acusações de abuso sexual, um professor de capoeira foi inchado até a morte por moradores do bairro Ganchinho, em Curitiba. O crime aconteceu na noite desta quarta-feira (16) depois que circulou a informação de que Manoel Lourenço Gonçalves, 47, havia mostrado as partes íntimas a crianças e mulheres. A família do homem contestou a versão e acredita na inocência da vítima.

O linchamento aconteceu perto das 23h nas proximidades de um terreno baldio. Manoel estava passando pela rua Del Ozias Algauer quando, na esquina com a rua Antônio José Bonato, as agressões foram iniciadas. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local, e seu corpo foi jogado em um barranco.

A família dele diz que uma criança de 10 anos havia relatado que o homem baixou as calças e exibiu seu órgão genital para ela. No entanto, os familiares acreditam que não se tratava da mesma pessoa e nega a versão da criança. “Tem exames, tem terapeutas, essa criança tem que falar, mas isso não é verdade. É um ser humano agredido até a morte, pessoas que dizem que chutaram o pescoço, cabeça, uma coisa desumana”, disse um parente do capoeirista sem se identificar.

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Foto: Banda B

Ainda conforme informações de populares, o homem costumava repetir o ato obsceno pela manhã com mulheres que esperavam o ônibus para seguir ao trabalho. A polícia confirma que não recebeu nenhuma denúncia de abuso sexual contra o homem. “Se fosse verdade, temos uma justiça, tivessem chamado a polícia então”, concluiu o familiar de Manoel Lourenço.

A vítima não tinha antecedentes criminais, e o crime pegou de surpresa amigos e familiares, que lamentaram a morte do homem nas redes sociais. “Não acredito que fizeram isso contigo, tanta crueldade, que Deus nos conforte porque não está sendo fácil, descansa em paz”, diz um dos perfis, numa foto de Gonçalves.

O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o delegado Fábio Amaro, não se justifica nenhuma atitude de justiça com as próprias mãos: “Nada justifica este linchamento. A justiça com as próprias mãos  é proibida, por isso existe a polícia. É um caso grave, que vai ter o devido tratamento da DHPP. Se alguém tiver informação a respeito, que entre em contato anonimamente conosco”.

(Com informações Banda B)

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