Imagem do anúncioImagem do anúncio

Autoridades de Londrina discutem vacinação eficácia de tratamento precoce com a Fiocruz

Redação
Por
8 min de leitura
Divulgação: Este site contém links de afiliados. Ao clicar neles, você já ajuda a apoiar nosso trabalho, sem qualquer custo adicional para você. Cada clique faz a diferença e nos permite continuar trazendo conteúdo de qualidade! ❤️
Foto: Divulgação
Na tarde desta sexta-feira (9), os vereadores de Londrina discutiram a vacinação contra a covid-19 com representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério da Saúde (MS). Os principais temas abordados foram o prazo para entrega dos imunizantes, a compra por empresas privadas e a indicação de medicamentos sem comprovação científica para tratamento do novo coronavírus. A reunião pública remota foi organizada pela Comissão Especial de Acompanhamento do Plano Municipal de Vacinação Contra a Covid-19 em conjunto com a Comissão de Seguridade Social, e foi transmitida ao vivo pelos canais do Legislativo no Facebook e no Youtube.
O diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Laurício Monteiro Cruz, informou que o MS distribuiu até agora 47,5 milhões de doses das vacinas AstraZeneca e Coronavac para estados e municípios. Segundo ele, a agilidade no envio depende do volume de produção dos imunizantes e de outras vacinas contra a covid-19 cuja compra foi encaminhada pelo governo federal, mas que ainda não foram ofertadas para a população.
O problema do Brasil e do Ministério da Saúde não é recurso, porque o legislador federal se apresentou para liberar recursos para este enfrentamento. Nosso problema é ter a produção destas vacinas […]. Estamos aguardando que os laboratórios consigam produzir mais vacinas. Não é só a Fiocruz e o Butantan, são todos estes outros com que nós temos contratos. [Esperamos] que eles agora comecem a entregar estas vacinas para o Programa Nacional de Imunização“, disse ele, lembrando também das vacinas da Pfizer e da Janssen.
A Fiocruz, entidade vinculada ao Ministério da Saúde, é responsável pela produção, no Brasil, da vacina Oxford/AstraZeneca, que é distribuída desde março pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que também oferece à população a Coronavac, produzida localmente pelo Instituto Butantan.
O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, informou que a fundação está ampliando a capacidade de produção da vacina. Segundo ele, entre março e o dia 2 de abril, a entidade entregou 8,1 milhões de doses ao Ministério da Saúde e na semana atual e a seguinte, a previsão é enviar mais 6,7 milhões de doses.
A meta da instituição é produzir 100,4 milhões de doses da AstraZeneca no primeiro semestre deste ano e mais 110 milhões no segundo semestre. A partir de maio, a Fiocruz também pretende começar a produzir os insumos para elaboração do imunizante, tornando o processo totalmente nacional.
“Sabemos de toda dificuldade que o Brasil está passando neste enfrentamento, mas a gente está muito confiante de que está numa fase mais confiável deste nosso trabalho. (…) A gente fazia 100 milhões de doses de mais de oito vacinas todos os anos. Agora a gente está querendo fazer 200 milhões só de uma e ainda continuar fazendo as outras 100 milhões. Realmente é um desafio muito grande”, afirmou.
O presidente da Comissão Especial de Vacinação, vereador Ailton Nantes (PP), disse que a participação dos convidados foi fundamental para esclarecer dúvidas dos parlamentares a respeito da imunização e das diretrizes dos órgãos de saúde.
“A participação deles, além de dar um peso para a reunião, com informações técnicas, nos situa da real situação do novo coronavírus e da vacinação em nível nacional, que acaba de certa forma afetando nosso município”, pontuou.
Já a vereadora Lenir de Assis (PT), presidente da Comissão de Seguridade Social, relembrou que esta foi a segunda reunião da comissão sobre o tema e defendeu que todas as doses produzidas sejam destinadas ao SUS. “Os laboratórios têm condição de produzir vacinas. Já são produtos testados, diferentemente de medicamentos que muitos ainda insistem em prescrever e utilizar sem comprovação científica. A vacina esta comprovada e é o único caminho possível para o tratamento da covid”, afirmou.

COMPRA POR EMPRESAS

A vereadora Prof.ª Sonia Gimenez (PSB), relatora da Comissão Especial da Vacinação, fez questionamentos sobre o projeto de lei que foi aprovado na Câmara dos Deputados para permitir que empresas privadas adquiram vacinas contra a covid-19. O diretor do Ministério da Saúde, Laurício Monteiro Cruz, afirmou que atualmente há dinheiro disponível para compra de imunizantes para toda a população nacional e defendeu que toda a vacinação seja feita pelo SUS.
Neste momento pandêmico, toda a produção e toda aquisição de vacina contra a covid tem de e deve ser pelo Ministério da Saúde. Porque comprar vacina não é algo tão fácil, é algo um tanto quanto complexo“, disse.

BALANÇO

No Brasil, até o momento, foram vacinadas na totalidade a população indígena, quilombola, ribeirinha, além de idosos internados e em casas de repouso e maiores de 70 anos, de acordo com o representante do Ministério da Saúde.
Segundo ele, também foram imunizados 97% dos profissionais de saúde, 31% das pessoas maiores de 65 anos e 6% dos integrantes das forças de salvamento, como polícias e bombeiros, e Forças Armadas.

TRATAMENTO PRECOCE

O vereador Madureira (PTB) questionou sobre a suposta eficácia de medicamentos contra a covid-19, conhecidos como parte de um tratamento precoce. Já Nantes (PP), presidente da Comissão Especial de Vacinação, indagou sobre estudos e protocolos a respeito destes fármacos. O representante da Fiocruz, Marco Kriger, informou que, até o momento, não há medicações com eficácia cientificamente comprovada para evitar a doença.
“Os medicamentos não têm terapêutica eficiente para eliminar o vírus. Já temos medicamentos que melhoram muito para os pacientes graves, […] mas são medicamentos muito limitados, para uso de pacientes muito graves. Não temos medicamentos que permitam fazer prevenção ou tratar formas leves. Isso, infelizmente, não temos”, lamentou.
Durante a reunião também participaram o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado e os médicos Beatriz Tamura, presidente da Associação Médica de Londrina; Alcindo Cerci Neto, pneumologista do Hospital Universitário (HU) de Londrina; Zuleica Naomi Tano e Claudia Maria de Maio Carrilho, infectologistas do HU. Os médicos defenderam a vacinação em massa da população e o distanciamento social como formas de prevenção da covid-19 e desencorajaram o uso de medicamentos sem comprovação científica para tratamento da doença.

VACINAÇÃO EM LONDRINA

Na cidade, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, até ontem (8), foram aplicadas 79.577 primeiras doses e 20.771 segundas doses das vacinas contra a covid-19. Já o boletim de hoje informa que Londrina soma 1.065 mortos durante a pandemia e 46.029 casos confirmados da doença.
Com informações da CML
Compartilhe
Chat Icon