Pelo menos cinco ônibus escolares da Prefeitura de Londrina, entre ambulâncias e outros veículos estão abandonados há anos no antigo barracão do IBC, na Zona Oeste da cidade. No local, desde 2005 funciona um depósito da prefeitura.
A revelação aconteceu durante visita dos vereadores Roberto Fu (PDT) e Mara Boca Aberta (PROS) que gravaram um vídeo registrando o abandono dos veículos. Nas imagens aparecem, além dos ônibus, que são novos, ambulâncias do SAMU depenadas, e outros veículos da prefeitura como peruas, automóveis e caminhonetes.
O local também guarda aparelhos de ar-condicionado na caixa, bebedouros que deveriam ser instalados em escolas, ventiladores para as salas de aula e postos de saúde, fogões industriais, brinquedos, e centenas de outros objetos entre cadeiras, móveis e lâmpadas inutilizadas.
Os ônibus escolares são zero quilômetro e tem as marcas do governo federal, ainda da segunda gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), e deveriam ser usados para atender as escolas públicas da rede municipal e estadual do município.
A reportagem apurou que os veículos chegaram em Londrina no começo de 2015 e seriam destinados a estudantes cadeirantes e para o transporte social de pessoas com necessidades especiais de locomoção. No entanto, o que se vê é que os ônibus, que custaram R$ 750 mil, estão totalmente sem manutenção, degradados pelo tempo e cobertos de poeira.
Em um áudio, a vereadora Mara Boca Aberta disse estar surpresa com o cenário que encontrou e classificou a cena como um desperdício de dinheiro público. Ela lembra que os equipamentos custaram milhões de reais ao contribuinte, e que agora simplesmente apodrecem sem uso.
A vereadora também salientou que encaminhou um pedido de informações à prefeitura, questionando os motivos dos veículos terem sido abandonados, e também acerca dos demais veículos, objetos e mobílias encontradas.
O QUE DIZ A PREFEITURA
A gestão justifica dizendo que os ônibus não tem funcionalidade para a cidade, e que Londrina não conta com estrutura funcional para colocar os veículos em operação.
Por outro lado, a prefeitura mantém contratos milionários com empresas terceirizadas para operar o transporte escolar, que atende a zona urbana e rural.
Alternativas como por exemplo, adaptar os ônibus com bancos para também transportar passageiros sem necessidades de locomoção, esbarram na burocracia, uma vez que não existe o cargo de motorista de ônibus na Secretaria Municipal de Educação.
A reportagem também aguarda um posicionamento acerca das ambulâncias encontradas – a maior parte delas fabricadas entre 2010 e 2015 – e sobre os demais veículos da prefeitura que estão sem rodas ou depenados no barracão.
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