Com recorde de internações por Covid-19, Paraná estuda decretar novo lockdown

Por Derick Fernandes 1 comentário 4 min de leitura
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Paraná tem recorde de internados por Covid-19 - Foto: Geraldo Bubniak/AEN

O Paraná enxerga o colapso em seu sistema de saúde se aproximando no horizonte. A ameaça é detectada com o aumento das internações por Covid-19 no estado, e a superlotação em vários hospitais importantes nas principais cidades paranaenses.

Segundo o diretor de Gestão em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), Vinícius Filipak, o quadro é preocupante. “Não temos capacidade infinita, e se essa transmissão não for manejada, nós teremos de fato um colapso com falta de leitos, efetivamente”, disse.

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Em todo o estado até esta sexta-feira (19), são 3.037 pessoas internadas com suspeita ou diagnóstico da doença na rede pública e privada de saúde. Este é o maior número de pessoas hospitalizadas por causa da Covid-19 desde o início da pandemia, em março do ano passado.

Se considerar a taxa de ocupação de leitos de UTI, o Paraná inteiro tem 89% das vagas ocupadas. Isso significa que 1.089 das 1.226 vagas estavam ocupadas.

LOCKDOWN

Diante do cenário agravado, o Paraná avalia retomar medidas restritivas mais duras e não descarta um novo lockdown. “Estamos ainda com alguma capacidade de resposta, mas é uma condição a ser analisada. Não podemos abrir mão de nenhum tipo de atividade para proteger a saúde da população”, disse Filipak.

Ele ainda explica que o governo está analisando medidas em cenários críticos para a transmissão do novo coronavírus. Entre as medidas que podem ser adotadas nos próximos dias, está a ampliação do toque de recolher, que chegou a ser reduzido em uma hora, além da restrição de cirurgias eletivas.

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Já em relação a volta às aulas, Filipak disse que a Secretaria de Saúde está tentando entender se a retomada pode ser um fator que vai influenciar o aumento do contágio. As medidas são analisadas conforme o impacto e a efetividade para combater o avanço da pandemia.

OCUPAÇÃO DOS LEITOS

Conforme a Secretaria de Saúde em boletim divulgado nesta sexta-feira (19), a taxa de ocupação dos leitos no estado está da seguinte forma:

  • 89% de ocupação dos 1.226 leitos de UTI adulto;
  • 61% de ocupação dos 1.779 leitos de enfermaria adulto;
  • 45% de ocupação dos 22 leitos de UTI pediátrica;
  • 35% de ocupação dos 34 leitos de enfermaria pediátrica

A região Noroeste do Paraná, que abrange as cidades de Maringá, Umuarama e Campo Mourão, a situação é mais grave, com 94% de lotação dos leitos de UTI para adultos.

O Governo do Paraná promete ampliar os leitos, mas disse que essa capacidade é finita. “Estamos trabalhando para ampliar a capacidade. Temos a sinalização de abertura de 52 leitos de enfermaria e alguns leitos de UTI, que vamos conseguir organizar na semana que vem”.

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Segundo Filipak, serão 26 leitos de UTI nas próximas duas semanas em hospitais das regiões sudoeste e noroeste. A expectativa é que o Paraná chegue em 1.300 leitos de UTI nos próximos dias – o que seria a capacidade final do estado.

“A partir daí, a gente teria que reverter leitos de outras situações de assistência do SUS. Agravaria a condição de atendimento de outras patologias, o que piora a condição de saúde em toda a população, independente do coronavírus”, reforçou.

COVID-19 NO PARANÁ

Atualmente o estado já confirmou mais de 603.796 casos e registrou 10.975 mortes pela Covid-19. Ao todo, 447.561 pacientes estão recuperados, e 145.260 casos estão ativos. Além disso, são 14 mil casos suspeitos da doença.

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Jornalista
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Derick Fernandes é jornalista profissional (MTB 10968/PR) e editor-chefe do Portal i24.
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