Vizinha a Londrina, a cidade de Maringá também enfrenta dias amargos no transporte coletivo. A cidade enfrentou uma greve nesta semana, porque a empresa que opera o serviço localmente não conseguiu pagar o salário dos motoristas e cobradores. A empresa em questão é a Transportes Coletivos Cidade Canção (TCCC), que integra o mesmo grupo que opera a TCGL e a TIL em Londrina, além de outra porção de empresas na região.
Em Maringá, a greve só acabou quando a prefeitura se comprometeu em repassar subsídio para custear o pagamento do salário dos motoristas. E essa foi a única solução apontada pela companhia para resolver o problema, uma vez que ela alega que a pandemia fez diminuir muito a demanda no transporte coletivo, enquanto que os gastos e custos de manutenção só aumentaram.
Na mesma toada que Maringá, Londrina também enfrenta problemas no transporte público. As duas empresas que operam na cidade não estão conseguindo honrar os pagamentos dos funcionários, e também não tem previsão da regularização da dívida. O motivo alegado é o mesmo: a redução da demanda e o aumento de custos, como por exemplo o óleo diesel e manutenção geral.
Em Londrina no entanto, o prefeito Marcelo Belinati já reiterou publicamente várias vezes que não vai ceder subsídio às empresas do transporte. E até então ele se mantém irredutível, sem a flexibilidade que teve o prefeito de Maringá diante do mesmo problema. Sem acordo, resta às empresas apelar para a teoria do caos – a greve explode, e prejudica toda a cadeia produtiva da cidade, que já não está boa.
Em janeiro, diante de outra greve pelo mesmo motivo, a TCGL – que opera a maior fatia das linhas – já havia apelado para a prefeitura e solicitado subsídio de R$ 12 milhões para cobrir os custos do transporte público. Ou era isso, ou então o preço da passagem teria que subir para mais de R$ 5. Esse aumento consequentemente espanta usuários, que cada vez mais estão aderindo aos aplicativos de mobilidade, como o Uber e 99 por exemplo.
Mas se em janeiro as empresas conseguiram segurar as pontas, agora o assunto é diferente. Motoristas ouvidos em off pela reportagem do 24Horas já afirmaram que o subsídio pode se tornar uma reinvindicação de pauta da categoria, caso as coisas piorem ou ainda não haja uma previsão sobre a normalização salarial. Caso isso ocorra, irá reverter para a prefeitura uma pressão dupla, partindo primeiro dos empresários e depois dos próprios funcionários, que insatisfeitos, não tem tempo para discussões políticas e também não querem saber de onde sairá o seu dinheiro.
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