Durante as buscas realizadas em cumprimento a 25 mandados de busca e apreensão, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) encontrou e apreendeu, nesta quarta-feira (24), R$ 296 mil em espécie na casa de Luiz Guilherme Alho.
O empresário, engenheiro e membro afastado do Conselho Municipal da Cidade (CMC) é um dos investigados no suposto esquema de corrupção para aprovação de mudanças em leis de zoneamento e Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV), que desencadeou a Operação ZR3.
Alan Flore, delegado do Gaeco, explicou que o grupo localizou “documentos que podem ter relação com os fatos e dinheiro, que foi contabilizado no Ministério Público, na presença do advogado dele [Luiz Alho]. Estamos aguardando a reposta para a origem desse valor”.
Alho esteve no Centro de Reintegração Social de Londrina (Creslon), na manhã desta quinta-feira (25), para receber tornozeleira eletrônica. Na época em que era presidente da Codel, em 2001, ele foi alvo do Tribunal de Contas em supostas irregularidades administrativas. Foi presença constante em debates relacionados a alterações em leis que de zoneamento e, no segundo semestre de 2017, esteve presente nas votações e conversas relacionadas à atualização da Planta Genérica de Valores (PGV).
AFASTAMENTO DO CMC
Três integrantes do Conselho Municipal da Cidade (CMC) foram afastados, sob orientação do Ministério Público (MP), nesta quinta: Luiz Alho, Cleuber Moraes Brito, ex-secretário de Saúde, e Ignês Dequech, ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul). Os afastamentos foram confirmados por Rodrigo Zacaria, do Sinduscon, presidente do conselho.
À Paiquerê, Zacaria informou que vai convocar os suplentes e que não havia nenhum tipo de suspeita sobre os membros afastados. “O conselho é aberto, as reuniões são abertas. Somos em 34. É difícil ter controle e conhecimento de tudo”, disse.
Ao ser questionado sobre a presença constante de integrantes do CMC em reuniões sobre zoneamento e Planta de Valores, Zacarias afirmou pensar que “toda discussão política tem que ser encarada como normal. Várias vezes fui convocado à Câmara para fazer contrapontos e levantar questionamentos. Acho que isso é normal do processo democrático”. Ele explicou que o processo chega ao conselho já com parecer do Ippul, que “normalmente é corroborado pelo CMC, que é consultivo e não tem força de aprovação de nada. O projeto precisa ir à Câmara para ser votado“.
Zacaria negou que o conselho indicava empresas de consultoria para a realização do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).