Um mês antes da eleição que deu o segundo mandato ao prefeito Marcelo Belinati, o governador Ratinho Junior veio a Londrina anunciar o início das obras da tão sonhada Cidade Industrial. O empreendimento localizado na região do Perobinha, continuação da Avenida Saul Elkind é estratégico para a retomada do crescimento econômico da segunda maior cidade do Paraná.
Mas o que se vê no canteiro de obras é apenas o terreno vazio e manilhas ao lado de montanhas de terra batida. Isso porque a Construtora Squadro, que ganhou a licitação de R$ 23,9 milhões para tocar a construção, teve contrato rompido com a prefeitura em dezembro do ano passado e com isso, a obra ficou abandonada e não tem previsão para ser retomada.
Na época do anúncio, o prazo para entrega da Cidade Industrial terminava este ano, e já contava com mais de 100 empresas interessadas em adquirir lotes no complexo. Uma dessas empresas era a J.Macêdo, que ergueria uma nova planta industrial ao lado, com um investimento de R$ 500 milhões e milhares de novos empregos.
O anúncio da J.Macêdo aconteceu em 2019, mas até agora o poder público não cumpriu as adequações estruturais prometidas para que as obras comecem. Uma dessas adequações era a duplicação total da Avenida Saul Elkind até a PR-445 em Cambé, para dessa forma melhorar a logística de caminhões no local.
Com o atraso da Cidade Industrial, bem como da duplicação da avenida, atrasam o crescimento da cidade e arrisca ainda que muitas dessas empresas desistam do investimento em Londrina, e se instalem na região metropolitana, que já conta com parques industriais em consolidação, como é o caso de Ibiporã e Cambé.
OBRA ABANDONADA
Iniciada em fevereiro de 2021, as obras da Cidade Industrial de Londrina avançaram pouco desde que começaram. Em 29 de dezembro, quando a prefeitura rompeu o contrato com a Squadro, os trabalhos só estavam pouco mais de 4,8% executados. Dos R$ 23,5 milhões orçados para o empreendimento, pouco mais de R$ 1,1 milhão foram repassados à construtora.
Com o rompimento, e o avanço dos meses, agora é preciso que a prefeitura refaça os cálculos do projeto, que certamente ficará mais caro diante da inflação, e tão somente depois de todo esse processo, a licitação será lançada para a retomada das obras. O prazo mínimo para que isso ocorra é de pelo menos seis meses, sem contar as eventuais impugnações do processo.
A prefeitura informou em nota que está na fase orçamentária da obra para lançar o novo certame pra contratar uma empresa responsável por concluir o serviço. Mas não há estimativa de quando as obras retomem.