Dezessete deputados estaduais do Paraná já assinaram o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa, para investigar a situação da Segurança Pública do estado.
Segundo informou o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil, Antônio Simião, falta apenas uma assinatura para que os trabalhos da CPI sejam iniciados na casa. Os parlamentares articulam mais três nomes que devem aderir ao pedido ainda nesta terça (22).
Pelo regimento há a necessidade de 18 assinaturas para abertura da CPI. Até agora foram colhidas 17.
Com isso, o governador Ratinho Junior (PSD) fica a um fio de enfrentar uma polêmica ainda maior, na já profunda crise que a gestão enfrenta junto aos servidores da Segurança Pública do Paraná. É generalizada a insatisfação dos funcionários com o governador, que tem sido alvo de vários protestos pelo estado, em alguns casos com a necessidade do chefe do executivo entrar pelos fundos para escapar dos manifestantes.
A CPI, caso instalada, pode ser batizada de “Ricieri Chagas”, em homenagem ao cabo da Polícia Militar (PM) que foi morto por bandidos durante a invasão de 30 criminosos fortemente armados em Guarapuava.
O movimento pela instalação da comissão ganhou força após o ataque registrado na cidade no domingo (17/04). Na ocasião haviam poucos policiais no quartel, que foi atacado com tiros de fuzil pelos bandidos. Ricieri estava em uma viatura na saída do batalhão, quando foi baleado.
Para minimizar a situação, o governo divulgou que a PM tinha um plano de contingência. Mas Ratinho Junior acabou sendo desmentido pelos policiais, que relataram terem sido pegos de surpresa. A ocorrência em Guarapuava só não foi pior graças a ação de praças da PM, que agiram por conta própria em defesa da cidade.
Os deputados signatários da comissão elencaram uma série de pontos a serem investigados, entre eles a falta de infraestrutura nos quartéis da PM, além da questão salarial e psicológica dos servidores, que estão com salários defasados e enfrentando situações constrangedoras por conta dos baixos rendimentos.
Os PMs alegam que sofrem com a falta de efetivo, jornada de trabalho excessivas, além de não receberem horas-extras que são devidas pelo estado.
Eles ainda denunciam perseguição do governo, com o boicote e a transferências de policiais, como foi o caso registrado em Cornélio Procópio após um protesto de servidores em um evento com Ratinho Junior.
Enquanto isso, servidores civis e militares estão acampados há meses em frente ao Palácio Iguaçu para pressionar por uma posição do governador, e uma atitude dos deputados.