O Comando Geral da Polícia Militar do Paraná tornou insubsistente a resolução que transferiu para Londrina os comandantes do 18º Batalhão de Cornélio Procópio. O governo voltou atrás da decisão depois de ser duramente criticado pela medida, e piorar a relação do governador Ratinho Junior (PSD) e a categoria militar.
Ratinho mandou trocar o comando do batalhão depois que foi recebido em Cornélio Procópio com um protesto organizado por militares da reserva, contrários ao pequeno reajuste salarial de 3% ofertado pelo Governo do Estado aos policiais, que já sofrem com a acentuada defasagem causada pela inflação.
A iniciativa do governador pela troca foi rechaçada por militares de todas as regiões do estado, que manifestaram solidariedade aos comandantes de Cornélio Procópio, uma das regiões com a menor taxa de criminalidade do Paraná.
Os majores Jeferson Busnello e Helder Dantas há vários anos já prestavam serviços à comunidade procopense e para os demais municípios que integram a área do 18º.
A troca de comando foi apontada em grupos de policiais como uma medida de represália do governador com a categoria militar após os protestos de quinta (17).
Na ocasião Ratinho Junior esteve na cidade e deixou o evento político organizado por sua comitiva sob vaias e forte manifestação da categoria. Antes, o governador já havia sido recebido com protestos de militares em Londrina, mas não chegou ao extremo de mandar trocar o comando do 5º Batalhão por causa disso.
Por este motivo, a resolução em Cornélio Procópio virou polêmica, já que ficou claro que a determinação seria um “recado” da insatisfação de Ratinho com os protestos, e que outras mudanças poderiam acontecer caso a situação se repetisse em outras cidades do estado.
GOVERNO VOLTOU ATRÁS
A mudança de comando em Cornélio Procópio, porém, virou um inferno astral na vida do governador, que resolveu deixar o país para tirar férias.
A resolução para a mudança saiu na sexta-feira (18) no boletim-geral 035 do Comando da PM, no entanto, já nesta segunda (21) a medida foi tornada sem efeito, depois que o governo foi pressionado a voltar atrás por causa da repercussão negativa na imprensa e nas cidades da região.
Com isso, os majores Busnello e Dantas continuam respondendo pelo 18º Batalhão da Polícia Militar.