Operação apura desvio de R$ 19 milhões da Saúde em Umuarama

Derick Fernandes - Jornalista
Foto: Divulgação

Sete pessoas foram presas e 62 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em uma operação na manhã desta quarta-feira (05) em Umuarama, no Noroeste do Paraná. A operação “Metástase” comandada pelo Ministério Público do Estado, por meio do Gaeco, atingiu em cheio a administração do prefeito Celso Pozzobom (PSC), que também é investigado.

Dos sete presos nesta quarta-feira, seis foram localizados em Umuarama. A sétima prisão aconteceu em Brasília. Segundo o MP, estão envolvidos no esquema o diretor de um hospital, empresários e dois servidores públicos.

Mandados de busca e apreensão também foram feitos em Cascavel e em Boa Vista do Paraíso, no Oeste do Paraná.

O prejuízo que pode chegar a R$ 19 milhões foi causado com desvio de dinheiro destinado à Saúde por meio de fraude em licitações. O prefeito Celso Pozzobom é investigado por facilitar e se beneficiar das irregularidades. A prefeitura de Umuarama não se manifestou sobre o assunto.

DENÚNCIAS

Segundo a promotoria, ainda há indícios de um esquema de “fura-fila” da vacinação contra a Covid-19. A investigação aponta que ao menos dez pessoas foram vacinadas indevidamente – benefício que foi concedido a autoridades de Umuarama e familiares delas.

A secretária de Saúde da cidade foi afastada do cargo com autorização judicial. Também houve o bloqueio de contas bancárias e proibição de empresas investigadas contratar com o poder público.

De acordo com o MP, as investigações tiveram início ainda em 2020. O órgão ressalta que identificou crimes de fraude em licitações, superfaturamento de contratos, emissão de notas frias, além de identificar depósitos em contas de investigados e terceiros.

Os R$ 19 milhões desviados seriam destinados a entidades filantrópicas, que prestam serviços médico-hospitalares, e foram usados para a compra de equipamentos náuticos e a construção de uma casa de veraneio em Porto Rico, também no Noroeste do Paraná.

O MP informou ainda que apreendeu computadores, celulares e documentos que serão periciados. Além disso houve interceptações telefônicas e quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático.

O OUTRO LADO

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a Regional de Saúde de Umuarama apresentou documentos solicitados pelo Gaeco na operação. Segundo a SESA, os documentos são referentes ao fluxo de chegada e saída das doses da vacina contra a Covid-19.

A pasta reforçou que apenas distribui as doses aos municípios, mas que a estratégia de aplicação dos imunizantes cabe à cidade.

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