A direção do Colégio Sagrada Família, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, demitiu uma professora que aparece em um vídeo fazendo um gesto semelhante a saudação nazista dentro da sala de aula.
Nas imagens, a professora identificada como Josete Biral presta continência momentos antes de erguer o braço ao horizonte. Ela usava uma bandeira do Brasil presa ao corpo.
Professores que trabalham na mesma escola confirmaram que a cena aconteceu na sexta-feira (07) durante uma aula para alunos do ensino médio. Josete atua na instituição há quase 20 anos.
A escola repudiou o ato que classificou como imprudência, descuido e um ‘grande erro da professora’ como disse a diretora-geral, irmã Edites Bet. Ela revelou que a escola decidiu pela demissão da profissional das funções.
O advogado de Josete, Alexandre Jorge, negou que sua cliente tenha feito qualquer gesto de saudação nazista. Ele explicou que a professora estava em um momento de descontração, no encerramento da aula, que se for se considerar gesto típico de alguma maneira, seria então saudação à bandeira e à pátria”.
Alexandre também destacou que qualquer acusação contra a professora sobre gesto nazista, configura ato criminoso.
Não é a primeira vez que a atitude da professora chama a atenção na escola. Às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais, ela balançou uma bandeira verde e amarela na janela de uma das salas. Alunos presenciaram e gravaram a ação.
Professores da escola contaram que Josete faz campanha para a reeleição de Jair Bolsonaro. Ela leciona as aulas com botons do presidente, e outros adesivos em alusão a ele.
“A escola tem uma posição neutra politicamente junto aos seus alunos e professores. Orientamos aos mestres que procedam com neutralidade e respeito em todas as situações”, disse a diretora geral para o jornal Folha de S.Paulo.
No Brasil, apologia ao nazismo pode ser considerado crime, com penas variadas. Uma investigação deve ser aberta para apurar a conduta da professora.
A manifestação também gerou nota de repúdio da Confederação Israelita no Brasil (Conib) e da Federação Israelita do Paraná (Feip) que criticaram o gesto da professora. As entidades afirmaram que esperam apuração rigorosa dos fatos e a punição exemplar da profissional.
“O nazismo é um movimento que promove o ódio e a morte e executou o extermínio de 6 milhões de judeus e outras minorias, como ciganos e LGBTQIAP+, durante a Segunda Guerra Mundial. Ele deve ser combatido de forma efetiva, conforme a legislação vigente”, diz o texto.
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