LONDRINA, PR – Uma mobilização popular na internet organiza um abaixo-assinado com o objetivo de desarmar a Guarda Municipal de Londrina. A justificativa para o pedido é que em menos de um ano, a GM esteve envolvida em vários episódios que resultaram em mortes. As informações foram publicadas pela Paiquerê nesta manhã.
Desde que o efetivo da guarda passou a utilizar armas de fogo em 2015, aumentaram reclamações sobre abuso de autoridade, entre outros casos que prejudicam a imagem da corporação. No entanto, em entrevista à rádio, o secretário de Defesa Social Evaristo Kuceki criticou a mobilização:
— O pessoal deveria pedir o desarmamento dos bandidos. Quando os bandidos ficarem sem armas, a polícia não vai precisar de arma – afirmou.
CASOS
O mais recente episódio envolvendo a Guarda Municipal aconteceu no último domingo, quando o jovem Matheus Ferreira Evangelista, de 18 anos, foi morto com um tiro no pescoço durante uma abordagem a pessoas que estavam em uma festa. A suspeita é que o tiro foi disparado da arma de um dos três guardas municipais que participavam da ação. Além disso, os agentes colocaram a vítima na viatura e levaram ao hospital, um procedimento inadequado.
Conforme testemunhas que presenciaram a cena, dois disparos teriam sido efetuados pela equipe da GM depois que os guardas chegaram ao local. Em virtude do depoimento prestado à Polícia Civil, a juíza da 1ª Vara Criminal de Londrina, Elisabeth Kather, decretou a prisão temporária do GM Michael de Souza Garcia nesta quinta-feira (15).
Já em novembro do ano passado, um homem de 40 anos foi morto após se envolver em confusão com um GM cujo a identidade não foi divulgada, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Sabará. Conforme o relato do guarda, a vítima José Vilmo Silvestre da Silva teria furtado sua arma e fugido efetuando disparos. No confronto, o homem acabou morrendo depois de ser baleado pelo agente com uma arma reserva que ele portava.
O caso mais chocante envolvendo um guarda municipal aconteceu em abril de 2017, quando o GM Ricardo Leandro Felippe matou três pessoas e deixou outras três feridas. Foram mortos Ana Regina do Nascimento Ferreira, de 34 anos, que era sócia de uma ex-namorada do agente, além do pai e filho da jornalista Rachel Espinosa, que também teve relacionamento com Ricardo. Valdir Siena, 58 anos, e Vitor Reis, de 17, também foram vítimas do crime. A mãe e a avó da jornalista também foram feridos, mas conseguiram sobreviver. O GM está preso desde o ano passado.
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