Um bebê de dois meses foi resgatado por policiais depois de ser abandonado pela mãe em uma boca de fumo em Pontes e Lacerda, a 487 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso.
Segundo a Polícia Militar, a mãe tem 28 anos e é usuária de drogas. Ela deixou a criança no local como “garantia” e retornaria para pagar uma dívida com os traficantes.
A polícia ficou sabendo do caso por meio de uma denúncia ao Conselho Tutelar. O órgão foi até o local com apoio da PM e resgatou o bebê. A mãe da criança não foi localizada até a tarde desta quarta (09).
O ponto de tráfico funciona em uma casa no bairro Vera. Duas mulheres estavam com a criança e não assumiram que a pegaram como garantia de pagamento. Ela disseram que a mãe pediu para que elas cuidassem do bebê. A PM apurou que tanto a mãe quanto as duas mulheres possuem passagens por tráfico.
O bebê foi levado ao Lar de Apoio à Criança (LAC) de Pontes e Lacerda.
Segundo a delegada Caroline Laet, uma investigação foi aberta para apurar o crime previsto no artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante a pagamento ou recompensa.
É uma situação repugnante a mãe de um bebê o entregar em uma boca de fumo como garantia que retornaria para pagar. A criança de certa forma foi o pagamento dela pela droga adquirida. Nas investigações vamos apurar a conduta da mãe e das pessoas que ficaram com o bebê como pagamento”, disse a delegada.
GUARDA PERDIDA
Um dia antes do episódio, o juiz Cláudio Deodato Rodrigues Pereira, da 2ª Vara de Pontes e Lacerda, determinou a perda da guarda da criança pela mãe.
A decisão foi em atenção a um pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPE) que já tinha conhecimento das atitudes de negligência da mulher.
Ela é usuária de drogas há mais de dez anos e ainda tem outros cinco filhos. Com exceção do bebê, todos os outros foram retirados do convívio dela.
O primeiro filho da mulher morreu aos 2 anos de idade. O segundo e o terceiro estão pessoas que não são da família dela e uma quarta criança foi levada a um abrigo.
Segundo o MPE, o órgão tomou conhecimento de que ela frequentava bocas de fumo e levava o bebê recém-nascido, diante disso, pediu a retirada da guarda à Justiça de Mato Grosso.
O bebê estava sob os cuidados da avó, mas a idosa tem problemas cardíacos e não pode ficar com a criança.