O Ministério Público (MP) chamou Alexandre Kireeff (Podemos), ex-prefeito de Londrina (2013-2016) e pré-candidato ao Senado Federal, para prestar esclarecimentos que possam colaborar com as investigações da Operação ZR3, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nesta quarta-feira (24).
A operação, cujo foco é um esquema de corrupção na realização de Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) e acompanhamento do projeto na Câmara, investiga dois secretários da gestão de Kireeff: Inês Dequech, ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), e Cleuber Moraes Brito, ex-secretário do Meio Ambiente. Além disso, os fatos foram apurados de 2013 a 2017, ou seja, parte do período investigado abrange a administração do ex-prefeito.
À Paiquerê, Kireeff informou que a visita ao MP está agendada para esta sexta-feira (26). “Vou complementar informações e tudo o que for necessário para colaborar com as investigações”, afirmou. Ele alegou estar surpreso com o suposto envolvimento de Dequech e Brito, e garantiu jamais ter visto nenhum tipo de indício do esquema. “Estou com as informações que tenho recebido pela imprensa. O que todos querem saber é se essas investigações se referem a atos que possam ter sido praticados no exercício da função de secretário ou não. Se cometeram atos irregulares durante o exercício da função ficarei muito desapontado. É inaceitável”, disse.
Sobre as questões que envolvem o zoneamento urbano de Londrina e/ou EIV, o ex-chefe do executivo explicou que “houve uma transição do fluxo da questão do zoneamento: quando entramos na prefeitura, o Plano Diretor não estava aprovado. Eu não me recordo de muitas mudanças de zoneamento, para ser sincero, porque a discussão do Plano Diretor gerava o contingenciamento destas questões. Não me lembro de tantos projetos de lei desta natureza”.
Kireeff declarou nunca ter tido qualquer reunião com os vereadores Mário Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB) a respeito de zoneamento ou EIV. “Este tipo de coisa não chega na prefeitura. A separação dos poderes era muito nítida durante nossa gestão. As discussões sobre o Plano Diretor foram muitos intensas, mas fora isso, não conversei com eles”, garantiu.
