“Peguem o meu discurso. Não falei nada contra qualquer outro Poder. Muito pelo contrário. Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso. Estavam lá saudando o Exército brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso é invencionice, tentativa de incendiar a nação que ainda está dentro da normalidade”, disse Bolsonaro.
+ Roberto Jefferson denuncia ‘golpe’ de Maia contra Bolsonaro
+ Bolsonaro ataca Maia na CNN: “É um desfavor ao Brasil”
Segundo o presidente, a pauta do ato que teve sua participação era apenas “povo na rua, dia do Exército e volta ao trabalho”. Confrontado com o fato de que os manifestantes também pediam a volta do AI-5, afirmou que “pedem desde 1968”.
“Todo e qualquer movimento tem infiltrados, tem gente que tem a sua liberdade de expressão. Respeitem a liberdade de expressão”, afirmou.
ATO DE DOMINGO
Neste domingo, em cima da caçamba de uma caminhonete, diante do quartel-general do Exército e se dirigindo a uma aglomeração de apoiadores pró-intervenção militar no Brasil, Bolsonaro afirmou neste domingo que “acabou a época da patifaria” e gritou palavras de ordem como “agora é o povo no poder” e “não queremos negociar nada”.
“Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil”, declarou o presidente, que participou pelo segundo dia seguido de manifestação em Brasília, provocando aglomerações em meio à pandemia do coronavírus.
“Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.”
Além de defender o governo e clamar por intervenção militar e um novo AI-5 –o mais radical ato institucional da ditadura militar (1964-1985), que abriu caminho para o recrudescimento da repressão– os manifestantes aglomerados em frente ao quartel-general do Exércio defenderam o fechamento do STF e miraram em Maia.
REAÇÕES
A fala de Bolsonaro e sua participação nesse ato em Brasília, no Dia do Exército, provocou outras fortes reações no mundo jurídico e político.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), repudiou neste domingo (19) a manifestação em apoio a uma intervenção militar no Brasil com a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Por meio de uma rede social, o deputado disse ser uma “crueldade imperdoável” pregar uma ruptura democrática em meio às mortes da pandemia da covid-19.