Com medo de se tornar persona-non-grata no governo de Jair Bolsonaro, o governador do Paraná Ratinho Júnior (PSD) jogou para os prefeitos a decisão dos municípios em adotarem ou não um lockdown local. O estado vive o pior momento da pandemia, com leitos de UTI lotados, além colapso em grandes hospitais.
Da mesma forma em que cresce a demanda e a pressão sobre os hospitais, também faltam profissionais de saúde e insumos médicos. Atualmente o Paraná tem mais de 1,5 mil pessoas na fila por um leito hospitalar e o crescimento diário desse número afeta toda a rede.
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Os prefeitos do Paraná, especialmente os das cidades do interior, aguardavam que o governador endurecesse as medidas de restrição que vencem nesta terça-feira (16). Porém, eles foram frustrados com a prorrogação das medidas anteriores, que não tiveram efeitos positivos no combate à pandemia.
Por outro lado, o estado disse que “apoiaria” a adoção de medidas mais restritiva por parte dos municípios – um jeito delicado de dizer que a “bomba tá com os prefeitos”.
Dessa forma, o governador se esquiva das críticas que podem balançar sua gestão e afastá-lo da reeleição em 2022 – a exemplo do que passa João Dória, no estado vizinho de São Paulo, que passou a ser atacado por Bolsonaro pelas medidas mais restritivas.
O governo, no entanto, já é alvo de uma ação do Ministério Público Estadual (MP-PR) pedindo o endurecimento das regras e a suspensão do funcionamento do comércio não-essencial, até que a situação de caos na saúde pública do Paraná seja estabilizada, e haja redução no número diário de contaminados pelo vírus.