Corrida para a Prefeitura de Londrina começa fraca e sem empolgação

Cidade de 600 mil habitantes ainda não encontrou seu candidato ideal, enquanto a corrida eleitoral revela um cenário sem empolgação e lideranças definidas.

Derick Fernandes - Jornalista
Centro de Londrina: população desconectada da políticaFoto: Arquivo

Londrina, com uma população estimada quase 600 mil habitantes e uma importância econômica significativa, continua sem definir sua liderança para a próxima eleição.

A cidade, a segunda maior do Paraná e a quarta maior do Sul do Brasil, viu o início da campanha eleitoral para a prefeitura com uma morosidade inesperada, sem a empolgação que caracteriza disputas eleitorais acirradas em outras localidades do estado.

Os principais candidatos, apesar de suas tentativas, ainda não conseguiram conquistar o coração dos londrinenses. A corrida para a prefeitura está marcada por uma polarização que reflete a falta de opções claras e atraentes para o eleitorado local.

Candidatos à prefeitura de Londrina

Maria Tereza (PP), que conta com o apoio do atual prefeito Marcelo Belinati, possui uma campanha visualmente atraente.

No entanto, a falta de raízes locais pode ser uma desvantagem. A candidata ainda está tentando encontrar uma conexão verdadeira com os eleitores londrinenses e não conseguiu construir um discurso que ressoe amplamente com a população.

Tiago Amaral (PSD), por outro lado, lidera as intenções de voto na última pesquisa. No entanto, sua ligação com Cambé (RML) e a dificuldade em conquistar a simpatia local causam desconfiança. Amaral tem tentado utilizar as redes sociais para se apresentar como um londrinense, mas ainda enfrenta resistência por causa de seu carisma.

Barbosa Neto (PDT) é o único candidato que tem se destacado por sua abordagem pessoal e discursos sem roteiristas. No entanto, seu passado conturbado, que inclui uma cassação por acusações de corrupção quando era prefeito, pesa sobre sua candidatura e impede uma conexão mais forte com os eleitores.

Tercílio Turini (MDB), deputado estadual e médico, é visto como uma novidade, mas ainda não conseguiu mobilizar a cidade. Sua campanha carece de força nas ruas e não parece refletir a energia e juventude que muitos londrinenses esperam.

Nelson Villa (PSDB), coronel da polícia militar, tem algum apelo devido à sua posição, mas falta-lhe carisma e propostas substanciais.

Sua falta de empatia política e discursos mornos não têm conseguido engajar a população.

Números

Os números da pesquisa eleitoral revelam um cenário ainda indefinido. Com 46,2% dos eleitores se dizendo indecisos na pesquisa espontânea e a intenção de voto fragmentada entre os candidatos, Londrina ainda busca uma liderança que possa realmente conquistar seu eleitorado.

A pesquisa realizada pelo Instituto Multicultural entre 10 e 12 de agosto indica que, além de Tiago Amaral e Maria Tereza, que lideram as intenções de voto, outros candidatos como Barbosa Neto e Tercílio Turini estão em empate técnico, com pouca diferença entre os números. A pesquisa aponta também que a tendência é para um possível segundo turno, dada a fragmentação dos votos e a significativa porcentagem de eleitores indecisos.

Enquanto outras cidades paranaenses, como Maringá, Paranaguá e Curitiba, já vivem uma disputa eleitoral vibrante, Londrina ainda não encontrou o candidato que consiga mobilizar e inspirar a cidade.

A eleição municipal está longe de ter um líder nato, e a cidade continua em busca de uma figura que possa finalmente despertar o entusiasmo e a confiança de seus habitantes.

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