Na manhã deste sábado (31), Tiago Amaral, candidato a prefeito de Londrina pelo PSD, contava com um grande trunfo: uma caminhada ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que prometia atrair uma multidão e impulsionar sua campanha. O que se viu, no entanto, foi bem diferente. Em vez da grande adesão esperada, o evento foi marcado por um número modesto de participantes, muitos dos quais moradores das cidades vizinhas.
A ideia de que o bolsonarismo garantiria automaticamente uma ampla base de apoio local pareceu não se concretizar, pelo menos não para Amaral. Mesmo com a presença de Bolsonaro, o clima foi mais de uma procissão do que uma mobilização de massa.
Para muitos observadores, o evento revelou que a ligação de Amaral com o eleitorado bolsonarista não é tão sólida quanto ele gostaria.
E para complicar ainda mais, o mobilização da campanha de Amaral foi palco de protestos com pessoas segurando faixas contra… o próprio Tiago Amaral.
Enquanto Amaral tenta fortalecer sua imagem como representante das ideias conservadoras em Londrina, o que ficou evidente é que há ainda uma barreira a ser vencida. O apoio de figuras de peso, como o governador Ratinho Júnior e Bolsonaro, é importante, mas não se traduz automaticamente em adesão popular.
A caminhada também expôs uma certa resistência dentro do próprio eleitorado de Bolsonaro, que não parece completamente convencido pela candidatura de Amaral. Em um ambiente político onde a identidade e o histórico político são fundamentais, o desafio de Amaral é não apenas ser visto ao lado de grandes nomes, mas ser genuinamente aceito pelos eleitores que eles representam.
É o curioso caso do mais feroz concorrente de Tiago Amaral, Coronel Villa, do PSDB, que surge como uma – dolorosa – pedra no sapato. Villa incorpora e carrega naturalmente o ‘dress code’ dos apoiadores de Bolsonaro – uma vantagem que o Coronel tem utilizado para tirar pontos valiosos detidos por Amaral das pesquisas internas.
Por fim, Tiago, que já foi filiado ao Partido Socialista Brasileiro e transitou para o PSD de Ratinho Júnior, e dessa vez, tenta se consolidar em meio aos conservadores como um novo ‘herdeiro do bolsonarismo’. Mas se ele não conseguir convencer, pode terminar como um ‘Hauly 2.0’.