O ex-presidente do partido Novo, João Amoêdo, declarou neste sábado (15) seu voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno das eleições presidenciais.
Em entrevista ao portal g1, Amoêdo declarou se tratar de uma decisão difícil, por não concordar com nenhum dos dois. “A qualquer um que seja eleito, serei oposição desde o primeiro dia, mas meu direito de oposição tem mais chance de ser preservado com Lula do que Bolsonaro”, disse.
Bolsonaro tem atentado contra os poderes, cooptou o Legislativo com o orçamento secreto e vem testando essa ideia de aumentar os membros do Supremo para formar maioria. Apesar das discordâncias, serei obrigado a fazer algo que nunca fiz na vida, que é votar no PT”
disse Amoêdo
João Amoêdo foi um crítico constante dos governos do PT, e disputou as eleições presidenciais de 2018, alinhado com o discurso do liberalismo econômico. Ele terminou o pleito em 5º lugar e teve mais de 2,6 milhões de votos no primeiro turno.
Amoêdo inclusive, tentou disputar novamente as eleições neste ano, mas foi substituído por Luiz Felipe D’Avila que foi anunciado em convenção nacional do partido, em que o Novo se dividiu entre os filiados favoráveis e contrários ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
A posição adotada por Amoêdo diverge de outro nome forte dentro do Novo, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema. Dois dias depois do primeiro turno, Zema anunciou apoio a Bolsonaro depois de se reunir com o presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Zema afirmou ter herdado uma tragédia do governo petista de Fernando Pimentel, em Minas, e que esse foi um dos motivos que o levou a tomar essa decisão de apoiar o candidato do PL.
O partido Novo não formalizou apoio a Bolsonaro, mas afirmou em nota ser contra o PT e o lulismo, mas libera seus filiados e eleitores a votar no segundo turno conforme sua consciência e “princípios partidários”.
Quem é Amoêdo?
É um dos fundadores do partido Novo, criado em 2011 com apoio de empresários no Rio de Janeiro. O objetivo inicial era participar da política sem vínculos com políticos tradicionais e inserir a agenda liberal nas propostas para economia. O registro foi aprovado no Tribunal Superior Eleitoral em 2015, e em 2016 o Novo pode disputar as eleições.
Em 2018, na disputa presidencial, Amoêdo apresentou discurso favorável ao liberalismo, e também a uma nova forma de fazer política, sem coligações partidárias.
Ele é formado em engenharia e administração de empresas, além de bancário. Trabalhou no Citibank, BBA-Creditansalt e na financeira Fináustria. João Amoedo também foi vice-presidente do Unibanco e membro do conselho de administração do Itaú-BBA.
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