RIO DE JANEIRO – Um relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) mostra que Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), fez movimentações bancárias que somam R$ 7 milhões entre os anos de 2014 e 2017, conforme publicou o colunista Lauro Jardim, na edição deste domingo (20), do jornal O Globo.
Até então, o que se sabia é que o ex-assessor parlamentar havia movimentado R$ 1,2 milhão em movimentações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, como publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo em dezembro.
As novas informações revelam que os valores foram maiores no acumulado dos últimos anos. Conforme o relatório do Coaf, citado na reportagem d’O Globo, mais de R$ 5,8 milhões passaram pela conta de Queiroz – então funcionário do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O total movimentado foi de R$ 7 milhões em três anos. O salário de Queiroz era de R$ 23 mil.
A investigação sobre movimentação financeira de Queiroz foi iniciada há seis meses e tem como foco a suspeita da prática de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos e valores na Alerj.
O documento foi produzido por técnicos do Coaf há cerca de um ano, em janeiro de 2018, e anexado aos autos da Operação Furna da Onça – que em novembro do ano passado prendeu dez deputados estaduais do Rio de Janeiro suspeitos de receberem propina.
Na última quinta-feira, 17, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, atendeu a um pedido de Flávio Bolsonaro, e determinou suspensão temporária da investigação. O relator do caso, Marco Aurélio Mello, vai analisar a reclamação do senador eleito e já indicou que deve negar o pedido, depois do fim do recesso do judiciário.
OUTRO LADO
Em declaração ao SBT, em 10 de janeiro, Flávio Bolsonaro disse que não tinha conhecimento das movimentações financeiras do ex-assessor, e que não tem como controlar o que seus funcionários fazem fora do gabinete. Ao mesmo canal, mas no ano passado, Fabrício Queiroz disse que a movimentação financeira, até então identificada pelo Coaf, de R$ 1,2 milhão, era referente a valores adquiridos por meio da compra e venda de automóveis.