LONDRINA, PR – Um grupo esteve na sessão da Câmara Municipal de Londrina, nesta quinta-feira (8), para protestar contra a ausência de políticas públicas voltada às mulheres na cidade. O grupo representava o movimento internacional 8M, cujas pautas principais referem-se ao machismo, assédio, violência doméstica, direitos iguais, segurança e equiparação salarial, entre outros.
Com gritos de “fora, Belinati” e palavras de repúdio ao vereador Filipe Barros (PRB), as manifestantes fizeram barulho e expuseram cartazes com dizeres tais quais “nenhuma a menos” e “você pode ser o que quiser”.
À Paiquerê, Fernanda Silva, estudante de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina (UEL), afirmou que “o protesto diz respeito ao desmonte da Prefeitura de Londrina em relação à Secretaria da Mulher. Hoje, a secretária cuida de três pastas. A Secretaria da Mulher tem o menor orçamento e, ainda assim, existe um movimento interno de acordos que fazem com que os aparatos públicos sejam distanciados uns dos outros, de forma que a mulher agredida tenha que fazer uma via sacra para ter acesso aos direitos“.
Segundo ela, as políticas públicas que atendem aos interesses das mulheres são as autônomas. “As políticas públicas em Londrina têm sofrido, há uns três anos, algum tipo de boicote. A gente acaba percebendo que, quando nos juntamos de forma autônoma, conseguimos criar uma rede que dê conta de trabalhar as questões que vulnerabilizam as mulheres na cidade“, disse.
De acordo com a estudante, a falta de estrutura do Centro de Atendimento à Mulher (CAM) é uma das maiores preocupações do movimento. Para ela, “o prefeito tem trabalhado na surdina: ele manda um e-mail para a Secretaria da Mulher dizendo que, no dia seguinte, será preciso mudar o CAM de lugar. O CAM ficou três meses sem segurança. É um espaço que abriga mulheres que sofreram ameaças de morte, estão extremamente vulnerabilizadas, e não tem segurança. O homem que ameaçou uma mulher pode não apenas matá-la como matar outras que estejam lá. Estamos falando de uma pasta que não tem um subsídio considerável e, ao mesmo tempo, de uma tentativa de diminuir ainda mais a receita destinada a esta pasta. O retrocesso se dá no discurso ideológico que acontece dentro da Câmara, mas também nas práticas de políticas públicas”.