Moro diz que Bolsonaro é responsável pela volta de Lula ao cenário eleitoral

Derick Fernandes

O pré-candidato a presidência pelo Podemos, e ex-juiz federal Sergio Moro aumentou o tom do discurso contra o presidente Jair Bolsonaro, e disse que ele é o principal responsável pela volta de Lula ao cenário eleitoral.

Moro foi entrevistado nesta manhã (19) pelo programa Pan News, na Jovem Pan Maringá, e confirmou o rito eleitoral que ele já vinha tomando, de polarizar com o PT e com Bolsonaro. O ex-juiz foi ministro da Justiça no atual governo, e deixou o primeiro escalão após apontar tentativa de interferência na Polícia Federal.

Em seu comentário contra Bolsonaro, Moro afirmou que o presidente não queria que ele, enquanto ministro, tratasse sobre a prisão em segunda instância, e revelou que foi procurado por um ministro da ala militar de Bolsonaro, que avisou Moro que o tema não era de interesse do presidente.

“Quando o Supremo reviu a prisão em segunda instância, soltaram o Lula, soltaram vários criminosos, condenados por vários crimes de corrupção, o Planalto não deu um pio […] O Planalto internamente comemorou, numa visão equivocada, que aquilo era bom politicamente para o presidente”, disse.

Moro afirmou que a atitude de Bolsonaro acerca do assunto foi para ele um “desapontamento completo” e que ele até tentou articular com o Congresso a volta da prisão em segunda instância. “Eu teria conseguido, se tivesse tido apoio do presidente, mas ele não queria saber dessa pauta”.

Sem mencionar nomes, o ex-juiz comentou que um ministro militar pediu para que ele não mexesse no assunto.

“Quando eu vi aquilo […] eu falei o seguinte: essa é uma pauta institucional para o país. Eu vou mexer com essa pauta de qualquer jeito”, disse Moro.

Ao finalizar seu posicionamento, o ex-ministro de Bolsonaro atacou uma das principais bandeiras do presidente: o combate à corrupção. “Tudo mundo sabe a verdade. Esse governo atual não tem compromisso nenhum com o combate a corrupção, e ele [Bolsonaro] é responsável pela volta de Lula e do PT ao cenário político nacional”.

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