Operação ZR3: Tominaga nega saber de esquema; Barros afirma que condutas ensejam cassação

Por Redação Deixe um comentário 5 min de leitura
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Após ser citado em conversa entre o empresário Luiz Guilherme Alho e o vereador afastado Rony Alves (PTB) sobre o Concidade, o vereador Eduardo Tominaga (DEM) afirmou estar indignado. No diálogo interceptado, eles comentam que o também vereador Filipe Barros (PRB) já estaria pronto para discursar contra o projeto e que Tominaga estaria sendo “cevado”.

À Paiquerê, Tominaga explicou que não foi “procurado por ninguém para tratar deste assunto [Concidade]. Eu fico com a consciência tranquila porque nunca participei e nunca vou participar de nenhum esquema para beneficiar ciclano ou beltrano. A gente fica triste, mas, pelo que vi, a gravação/transcrição foi feita em meados de abril [de 2017] – de lá para cá, se tivesse alguma coisa envolvendo meu nome, com certeza do Ministério Público teria divulgado”.

O vereador afirmou que não foi procurado por nenhum empresário com pedidos de mudança de zoneamento e declarou que o clima na Câmara Municipal “não poderia ser pior. Entrei no ano passado e nunca tinha vivenciado isso, nem na vida pessoal, nem enquanto empresário. Para mim, é uma surpresa muito ruim, muito ingrata, mas preciso estar preparado para a sequência dos trabalhos”. Tominaga garantiu que “não fazia nem ideia do que poderia estar acontecendo nos bastidores”.

CASSAÇÃO

O vereador Filipe Barros (PRB), responsável pelo pedido de abertura de uma Comissão Processante (CP) e posterior pedido de cassação de Alves (PTB) e Mario Takahashi (PV), também afastado, disse à Paiquerê, nesta segunda-feira (29), que o pedido está completo e bem embasado. “Nossa peça foi fundamentada na denúncia feita pelo Gaeco ao poder judiciário da Comarca de Londrina, que possui provas robustas. No nosso entendimento, os vereadores cometeram ações incompatíveis com o decoro, por isso espero que a Procuradoria entenda que a peça cumpriu os requisitos formais”, explicou.

Barros acredita que “sem dúvida nenhuma é caso de ir para plenário. São condutas que ensejam a cassação”. O vereador afirmou estar “com a consciência tranquila. O Gaeco coloca uma reclamação de um projeto meu, que exige quórum qualificado para proposituras de mudanças de zoneamento, e, segundo palavras do próprio Ministério Público, este projeto certamente dificultaria as ações ditas criminosas por parte dessa organização. Graças a Deus fiz o que é certo”.

O vereador explicou que seu posicionamento se deve a dois motivos principais: “o primeiro é pragmático, ou seja, conhecendo a história da cidade, sabemos que mudanças pontuais do Plano Diretor sempre renderam problemas, como prisões e processos de vereadores de outras legislaturas. Eu não me sentia confortável ao votar estas mudanças sabendo da história da cidade. O segundo motivo é ideológico – o Estatuto da Cidade, lei federal, afirma que o período correto de mudanças no Plano Diretor é de 10 anos”.

OPERAÇÃO ZR3

O esquema que consistia em mudar o zoneamento urbano em Londrina para beneficiar empreiteiras rendia cerca de R$ 1,6 milhão em propina aos vereadores e cargos comissionados que estão sendo investigados pelo Ministério Público Estadual na Operação ZR3. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o serviço envolvia a realização de estudos de Impacto de Vizinhança (EIV) e acompanhamento do projeto na Câmara.

Antes, os agentes públicos faziam a solicitação de vantagem indevida diretamente aos donos de loteadoras. Depois, eles indicavam um prestador de serviço que solicitava indiretamente a propina”, disse o delegado Alan Flore.

Rony Alves e Mário Takahashi e os outros nove investigados serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas. Os vereadores foram afastados de seus cargos por 180 dias e, assim como os demais investigados, estão proibidos de frequentar a Câmara e a Prefeitura, além de manter contato entre si.

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