O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter nesta segunda-feira (19). Isso porque ele foi duramente criticado por bolsonaristas, depois de se posicionar contra a PEC do voto impresso.
Dallagnol publicou uma nota em que afirma jamais ter havido “qualquer evidência de fraude nas eleições“. A fala do procurador acontece no mesmo momento em que o presidente Jair Bolsonaro semeia dúvidas sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro, pelo qual ele foi eleito.
O procurador liderou o grupo de procuradores do MPF que comandou a Operação Lava Jato e, entre outros feitos, foi o responsável pelo pedido de prisão do ex-presidente Lula (PT). Nas redes sociais, Deltan Dallagnol comentou que as eleições foram sempre bem conduzidas pela Justiça Eleitoral e seus servidores.
Ao final do posicionamento, ele ecoou as críticas feitas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, contra as falas do presidente da República.
As eleições sempre foram bem conduzidas e fiscalizadas pela Justiça Eleitoral, em que trabalham milhares de servidores públicos. Jamais houve qualquer evidência de fraude nas eleições. Democracia e eleições são inegociáveis. Atentar contra elas configura crime de responsabilidade https://t.co/B6pW3N9qYJ
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) July 10, 2021
“Democracia e eleições são inegociáveis. Atentar contra elas configura crime de responsabilidade“, escreveu Dallagnol, ainda em 10 de julho. Somente hoje foi que apoiadores do presidente nas redes sociais intensificaram as críticas ao procurador.
O presidente, junto com sua base aliada no Congresso, faz pressão para que seja aprovada a PEC 135/2019, que pode viabilizar um voto impresso junto ao voto eletrônico. O relator da proposta é o deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) que em uma manobra regimental conseguiu evitar a derrota da proposta na sessão que votaria a PEC na semana passada.