O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) será ouvido nesta quinta-feira (11) pela CPI da Covid-19. Barros, que tem base eleitoral em Maringá, é ex-ministro da Saúde e atual líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
O nome dele surgiu no escopo da CPI porque, segundo o deputado Luis Miranda (DEM-DF), Bolsonaro citou Ricardo Barros ao ouvir denúncias de supostos atos de corrupção na negociação do Ministério da Saúde para a compra de doses da vacina Covaxin.
De acordo com Miranda, ao ouvir as denúncias durante uma reunião no Palácio do Alvorada, em março, Bolsonaro teria afirmado que “isso era coisa” de Ricardo Barros, e que acionaria a Polícia Federal para investigar.
A PF investiga agora se o presidente cometeu crime de prevaricação por, supostamente, não ter solicitado a apuração do caso.
Bolsonaro confirmou o encontro com os irmãos Miranda, mas nega que eles tenham feito essas denúncias. O presidente também defendeu a credibilidade de Ricardo Barros, mas nunca confirmou ou negou que tenha mencionado seu nome no encontro com Luis Miranda.
A CPI ouviu o depoimento de Miranda em 25 de junho. No mesmo dia, Ricardo Barros usou as redes sociais para negar que tenha sido mencionado pelo presidente.
O deputado federal tem mais de 20 anos na Câmara e já integrou a base de apoio aos presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Michel Temer, antes de apoiar o presidente Jair Bolsonaro.
Entre 2016 e 2018, no governo Temer, Barros foi o ministro da Saúde. O Ministério Público Federal investiga o deputado por contratos firmados pelo ministro à época com a empresa Global Saúde, sócia da Precisa Medicamentos, que negou o contrato da Covaxin neste ano.