Seis deputados federais bolsonaristas, entre eles o deputado londrinense Filipe Barros (PSL-PR) estão sendo investigados no Supremo Tribunal Federal no inquérito que apura fake news e ameaças contra os ministros.
Além de Barros, Bia Kicis, Carla Zambelli, Daniel Silveira, Cabo Junio Amaral e o príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança também estão sendo investigados. Todos são filiados ao PSL e foram intimados a depor na Polícia Federal dentro de dez dias.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, não determinou que houvesse busca e apreensão nos endereços ligados aos deputados. Nesta quarta-feira (27), a PF cumpriu 29 mandados de busca de apreensão contra outros investigados, entre eles o ex-deputado Roberto Jefferson e o empresário Luciano Hang.
INQUÉRITO
A investigação foi aberta no ano passado pelo presidente da Corte, Dias Toffoli. O inquérito apura a propagação de ameaças e ofensas em redes sociais contra ministros do STF. Alexandre de Moraes é o relator e comanda as investigações.
Na ocasião da abertura do inquérito, a então Procuradora-Geral da República Raquel Dodge chegou a pedir que ele fosse arquivado, mas o pedido foi negado.
Além dos deputados federais, a PF também investiga dois deputados estaduais de São Paulo. Douglas Garcia (PSL) e Gil Diniz (PSL). Também não foram determinadas ações de busca e apreensão contra eles, mas dois assessores de Garcia que foram citados no inquérito levaram os policiais ao gabinete do político hoje pela manhã. Ambos os deputados também serão ouvidos no prazo de dez dias.
O QUE DIZ FILIPE BARROS
Por meio de nota, o deputado federal Filipe Barros negou que tenha sido alvo de busca e apreensão. Alguns jornais noticiaram que a Polícia Federal havia ido até sua casa pela manhã, mas a informação não procede.
O deputado classificou o inquérito como inconstitucional, abusivo e com claro objetivo de cerceamento da liberdade de expressão.
“Todos os veículos de comunicação que citaram meu nome como alvo de busca
e apreensão por parte da Polícia Federal mentiram e propagaram fake news. Não
houve nenhuma ação da PF em nenhum dos meus endereços, nem em Londrina, nem
em Brasília”, segue a nota.
Barros também informou que tomará medidas judiciais contra os veículos que cometeram tal ato e que também não foi notificado oficialmente sobre o depoimento que deverá prestar à PF.
“Afirmo ainda que tenho o direito de me manifestar livremente contra posturas
equivocadas e autoritárias de ministros do STF. Prosseguirei fazendo críticas contra
essas pessoas sempre que julgar necessário. Tenho consciência de que represento
parte da população que também não concorda com tais abusos, e os eleitores que
confiaram o voto a mim esperam que eu faça exatamente aquilo que tenho feito. Por
isso, reafirmo, não me calarei.”, reforça.